O título acima, com o qual inicio esta postagem, tem por efeito situar o sentido da palavra “trabalho” com vistas à análise que farei da matéria veiculada pelo Jornal Extra, do Caderno Especial publicado no dia 24 de novembro de 2006, intitulado “ROTAS DE FUGA”.
Digo “situar” porque, a rigor o predicado não conceitua a expressão, mas permite analisar algumas definições.
Com efeito, trabalho, cuja origem etimológica remonta ao Latim Tardio, se refere a um instrumento de tortura, o tripalium, formado com três paus onde, em regra escravos, sofriam suplícios. O executor das torturas, ou o carrasco era, por assim dizer, o “trabalhador” e, por conseguinte, o torturado “trabalhado”.
Antropólogos provavelmente dirão (quem sabe estejam certos) que as torturas infligidas nos nossos dias por policiais desviados dos seus compromissos (e ingênuo aquele que acreditar que tais abstrusas e infames práticas do comportamento humano individual foram suprimidas totalmente), se reproduzem no discurso dessa forma (“trabalhar” o preso), por decorrência de uma reprodução cultural milenar.
Estudiosos de outros campos do conhecimento humano, como a filosofia, darão outras explicações. Numa visão socrática o filósofo argumentará pela hipótese das reminiscências, gerador do fenômeno último.
Ouvindo um desses teratogênicos mentais que utilizam a prática espúria da tortura, para obter confissões, talvez ouçamo-lo dizer que “considera um ato comum do seu mister profissional, pois, como trabalhador, trabalha em algo, ou trabalha algo, no caso considerado o corpo e a mente de quem extrai confissões”.
A palavra trabalho também foi odiosamente utilizada pelos nazistas, durante a segunda guerra mundial, quando, na entrada do campo de concentração de Dachau, perto de Munich, eles escreveram “O trabalho liberta”, em alemão Arbeit macht frei, dando bem a dimensão de quão impróprio pode ser tomado um termo digno, para fins escusos.
Desprezando tais significados e explicitando a dimensão ética na expressão trabalho, que pretendo invocar neste texto, passo a comentar a matéria:
A primeira página do caderno é uma espécie de prelúdio. Em trinta e oito linhas, com cores bem contrastantes (preto e vermelho), o jornal apresenta os nomes, ou apelidos, de quarenta e cinco pessoas mortas em confronto com as polícias, declarando, sem oposição da dúvida, haverem sido assassinadas (grifo meu) por policiais.
Com o título de página “Em 230 vidas, um retrato da guerra que atinge milhões”, “O Extra” inicia a matéria, realizada com base num trabalho de pesquisa de uma ONG chamada “Observatório de Favelas”, que teria sido feito num período de quase dois anos, entre 2004 e 2006.
O objetivo primordial é esclarecido nas primeiras linhas, e revela haver produzido conhecimento sobre o “cotidiano do tráfico”: as atividades, as relações, as motivações, o destino dos seus partícipes e as soluções possíveis para o problema.
Ao longo da oito páginas o jornal desfila um bem arrumado conjunto de argumentos apresentados como estudo. A matéria feita a partir do olhar da ONG, está assentada numa base que é, com efeito, uma indisfarçada construção ideológica, que envolve as chamadas “pesquisas sociológicas”.
Tal ideologia, formatada a partir da premissa que confere às classes sociais desfavorecidas economicamente, a singular qualidade de propiciadora, por irresistível, de violadores da lei na consumação de crimes como o narcotráfico armado, dando-lhe um subliminar aspecto de “justiça”, vem diluída no discurso dos idealizadores do projeto e na disposição dos autores da matéria em corroborá-la, já que fazem confundir a pesquisa com jornalismo em si.
Embora haja explicitado que os pesquisadores eram, por laços sanguíneos ou de relações sociais ligados aos traficantes “pesquisados” ou, ainda, ex-criminosos mesmo, e ter evidenciado que a pesquisa se realizou nos próprios espaços onde são realizados os negócios ilegais, se travam os combates violentos nas disputas de territórios e ocorrem enfrentamentos das forças policiais, a entidade pesquisadora apenas se limita a declarar que tais requisitos são “fundamentais para o estabelecimento do vinculo de confiança entre pesquisador e pesquisados”.
Ora, é lógico que tal assertiva culmina por propiciar alguns questionamentos ao leitor mais percuciente, fundamentais à crença na confiabilidade dos dados coletados, na hipótese única de não serem obtidos por processo analítico. Vejamos:
a) Por que parentes e amigos de um público-alvo de entrevistas foram entendidos como as pessoas mais indicadas para fazê-las se, cientifica e deontologicamente, deveriam ser consideradas as menos indicadas, a fim de não viciar a pesquisa?
b) Por que tais características foram consideradas essenciais na escolha dos pesquisadores se, considerado o indispensável e rigoroso estranhamento, - difícil até para antropólogos calejados – deveriam ser as mais intensamente dispensáveis, já que as identidades culturais entre pesquisadores e pesquisadas empurrariam os primeiros ao endosso do discurso do tráfico?
Ninguém duvida, é lógico, que traficantes e outros bandidos são tratados com violência pela polícia, como assegurei acima, ao refutar a tortura como método do “que quer” que seja.
Mas, parentes e amigos de criminosos, e ex-criminosos mesmo, pessoas com afinidades e laços psíquicos que asseguram identidade e unicidade social, traduzirão, com a requerida isenção, o que de fato viram e assistiram?
Será que nos relatarão - por que sabemos serem práticas comuns no narco-mundo - as mutilações, esfolamentos, empalações, torturas e outras imolações que assistiram ou souberam?
Será que relatarão a colocação de pessoas em fogueiras, nos chamados “fornos micro-ondas”, que seus olhos assistiram?
Será que incluirão nos seus “diários de campo”, os espancamentos até a morte, e as violações sexuais contra jovens meninas e senhoras das comunidades, por seus “nativos” pesquisados?
Será que informarão das emboscadas contra policiais, e do assassínio frio e cruel dos agentes da lei em serviço ou na folga?
Será que algumas dessas hediondas práticas efetuadas por parentes, amigos e ex-comparsas, estão relatadas no trabalho de pesquisa?
Será que foram reveladas no pretenso “cotidiano dos traficantes?”.
Devemos desconfiar que não.
E, pior, a ação dos comparsas na consecução do crime, na perpetração do banditismo descabido, violento, covarde e sem limites, foi, com o desprezo a toda carga emocional requerida pela dimensão ética que o termo requer, e olvido completo aos reclames racionais que a expressão possa suscitar, chamada de: TRABALHO.
Os traficantes, na lógica apresentada pela ONG, formam uma nova classe trabalhadora.
Os distribuidores, varejistas ou atacadistas das substâncias proibidas, cujo comércio ilícito promove toda sorte de violência e escravidão, devem ser entendidos como qualquer que vende sua força de trabalho, já que é assim que fazem os proletários e assalariados, em busca de remuneração, nas plagas capitalistas. É o “Capitalismo das Ruas”, permite concluir a festejada pesquisa.
Isto é uma falácia. Absurda, subliminar, sub-reptícia, abjeta e ignóbil.
A ONG “Observatório de Favelas” considera a formação de bandos e quadrilhas para o tráfico de drogas, uma forma de trabalho.
Sem nenhuma cerimônia, sem nenhum constrangimento, com ares de cientificidade, a ONG apresenta-nos seu trabalho onde o pesquisador é o próprio “nativo”, ou “igual ao nativo”, sem estranhamento ou ferramentas para profilaxia de relatos contaminados, e, sutilmente, impõe um modelo novo, um conceito revolucionário: o Trabalhador-Traficante.
Não é de hoje que aplausos para as contestações e violações da ordem são observados nos chamados “círculos intelectuais”.
De manifestações artísticas a insuspeitos trabalhos acadêmicos, a formulação dionisíaca, “apagando toda a mancha de pecado” (leia-se responsabilidade por atos e construções) subverte, a cada dia, os princípios da razoabilidade.
Traficante não é trabalhador, é criminoso.
Não nos deixemos enganar.
Digo “situar” porque, a rigor o predicado não conceitua a expressão, mas permite analisar algumas definições.
Com efeito, trabalho, cuja origem etimológica remonta ao Latim Tardio, se refere a um instrumento de tortura, o tripalium, formado com três paus onde, em regra escravos, sofriam suplícios. O executor das torturas, ou o carrasco era, por assim dizer, o “trabalhador” e, por conseguinte, o torturado “trabalhado”.
Antropólogos provavelmente dirão (quem sabe estejam certos) que as torturas infligidas nos nossos dias por policiais desviados dos seus compromissos (e ingênuo aquele que acreditar que tais abstrusas e infames práticas do comportamento humano individual foram suprimidas totalmente), se reproduzem no discurso dessa forma (“trabalhar” o preso), por decorrência de uma reprodução cultural milenar.
Estudiosos de outros campos do conhecimento humano, como a filosofia, darão outras explicações. Numa visão socrática o filósofo argumentará pela hipótese das reminiscências, gerador do fenômeno último.
Ouvindo um desses teratogênicos mentais que utilizam a prática espúria da tortura, para obter confissões, talvez ouçamo-lo dizer que “considera um ato comum do seu mister profissional, pois, como trabalhador, trabalha em algo, ou trabalha algo, no caso considerado o corpo e a mente de quem extrai confissões”.
A palavra trabalho também foi odiosamente utilizada pelos nazistas, durante a segunda guerra mundial, quando, na entrada do campo de concentração de Dachau, perto de Munich, eles escreveram “O trabalho liberta”, em alemão Arbeit macht frei, dando bem a dimensão de quão impróprio pode ser tomado um termo digno, para fins escusos.
Desprezando tais significados e explicitando a dimensão ética na expressão trabalho, que pretendo invocar neste texto, passo a comentar a matéria:
A primeira página do caderno é uma espécie de prelúdio. Em trinta e oito linhas, com cores bem contrastantes (preto e vermelho), o jornal apresenta os nomes, ou apelidos, de quarenta e cinco pessoas mortas em confronto com as polícias, declarando, sem oposição da dúvida, haverem sido assassinadas (grifo meu) por policiais.
Com o título de página “Em 230 vidas, um retrato da guerra que atinge milhões”, “O Extra” inicia a matéria, realizada com base num trabalho de pesquisa de uma ONG chamada “Observatório de Favelas”, que teria sido feito num período de quase dois anos, entre 2004 e 2006.
O objetivo primordial é esclarecido nas primeiras linhas, e revela haver produzido conhecimento sobre o “cotidiano do tráfico”: as atividades, as relações, as motivações, o destino dos seus partícipes e as soluções possíveis para o problema.
Ao longo da oito páginas o jornal desfila um bem arrumado conjunto de argumentos apresentados como estudo. A matéria feita a partir do olhar da ONG, está assentada numa base que é, com efeito, uma indisfarçada construção ideológica, que envolve as chamadas “pesquisas sociológicas”.
Tal ideologia, formatada a partir da premissa que confere às classes sociais desfavorecidas economicamente, a singular qualidade de propiciadora, por irresistível, de violadores da lei na consumação de crimes como o narcotráfico armado, dando-lhe um subliminar aspecto de “justiça”, vem diluída no discurso dos idealizadores do projeto e na disposição dos autores da matéria em corroborá-la, já que fazem confundir a pesquisa com jornalismo em si.
Embora haja explicitado que os pesquisadores eram, por laços sanguíneos ou de relações sociais ligados aos traficantes “pesquisados” ou, ainda, ex-criminosos mesmo, e ter evidenciado que a pesquisa se realizou nos próprios espaços onde são realizados os negócios ilegais, se travam os combates violentos nas disputas de territórios e ocorrem enfrentamentos das forças policiais, a entidade pesquisadora apenas se limita a declarar que tais requisitos são “fundamentais para o estabelecimento do vinculo de confiança entre pesquisador e pesquisados”.
Ora, é lógico que tal assertiva culmina por propiciar alguns questionamentos ao leitor mais percuciente, fundamentais à crença na confiabilidade dos dados coletados, na hipótese única de não serem obtidos por processo analítico. Vejamos:
a) Por que parentes e amigos de um público-alvo de entrevistas foram entendidos como as pessoas mais indicadas para fazê-las se, cientifica e deontologicamente, deveriam ser consideradas as menos indicadas, a fim de não viciar a pesquisa?
b) Por que tais características foram consideradas essenciais na escolha dos pesquisadores se, considerado o indispensável e rigoroso estranhamento, - difícil até para antropólogos calejados – deveriam ser as mais intensamente dispensáveis, já que as identidades culturais entre pesquisadores e pesquisadas empurrariam os primeiros ao endosso do discurso do tráfico?
Ninguém duvida, é lógico, que traficantes e outros bandidos são tratados com violência pela polícia, como assegurei acima, ao refutar a tortura como método do “que quer” que seja.
Mas, parentes e amigos de criminosos, e ex-criminosos mesmo, pessoas com afinidades e laços psíquicos que asseguram identidade e unicidade social, traduzirão, com a requerida isenção, o que de fato viram e assistiram?
Será que nos relatarão - por que sabemos serem práticas comuns no narco-mundo - as mutilações, esfolamentos, empalações, torturas e outras imolações que assistiram ou souberam?
Será que relatarão a colocação de pessoas em fogueiras, nos chamados “fornos micro-ondas”, que seus olhos assistiram?
Será que incluirão nos seus “diários de campo”, os espancamentos até a morte, e as violações sexuais contra jovens meninas e senhoras das comunidades, por seus “nativos” pesquisados?
Será que informarão das emboscadas contra policiais, e do assassínio frio e cruel dos agentes da lei em serviço ou na folga?
Será que algumas dessas hediondas práticas efetuadas por parentes, amigos e ex-comparsas, estão relatadas no trabalho de pesquisa?
Será que foram reveladas no pretenso “cotidiano dos traficantes?”.
Devemos desconfiar que não.
E, pior, a ação dos comparsas na consecução do crime, na perpetração do banditismo descabido, violento, covarde e sem limites, foi, com o desprezo a toda carga emocional requerida pela dimensão ética que o termo requer, e olvido completo aos reclames racionais que a expressão possa suscitar, chamada de: TRABALHO.
Os traficantes, na lógica apresentada pela ONG, formam uma nova classe trabalhadora.
Os distribuidores, varejistas ou atacadistas das substâncias proibidas, cujo comércio ilícito promove toda sorte de violência e escravidão, devem ser entendidos como qualquer que vende sua força de trabalho, já que é assim que fazem os proletários e assalariados, em busca de remuneração, nas plagas capitalistas. É o “Capitalismo das Ruas”, permite concluir a festejada pesquisa.
Isto é uma falácia. Absurda, subliminar, sub-reptícia, abjeta e ignóbil.
A ONG “Observatório de Favelas” considera a formação de bandos e quadrilhas para o tráfico de drogas, uma forma de trabalho.
Sem nenhuma cerimônia, sem nenhum constrangimento, com ares de cientificidade, a ONG apresenta-nos seu trabalho onde o pesquisador é o próprio “nativo”, ou “igual ao nativo”, sem estranhamento ou ferramentas para profilaxia de relatos contaminados, e, sutilmente, impõe um modelo novo, um conceito revolucionário: o Trabalhador-Traficante.
Não é de hoje que aplausos para as contestações e violações da ordem são observados nos chamados “círculos intelectuais”.
De manifestações artísticas a insuspeitos trabalhos acadêmicos, a formulação dionisíaca, “apagando toda a mancha de pecado” (leia-se responsabilidade por atos e construções) subverte, a cada dia, os princípios da razoabilidade.
Traficante não é trabalhador, é criminoso.
Não nos deixemos enganar.
7 comentários:
Quando os valores não são legítimos, espera-se de tudo. Há muito tempo não considero nada proveniente de uma ONG que difunde a idéia que traficantes/bandidos são dignos de pena. Direito Humanos sim - é essencial -, respeito, tratamento de acordo com as leis, mas tentar ludibriar a população com esse papo-furado, isso não. É inadmissível.
Caro TEN.CEL. Mário Sérgio, gostaria de sugerir um tema a ser discutido na próxima atualização. Apesar de a discussão ter esfriado - pelo menos na mídia a nível nacional -, os blindados, especificamente o Caveirão, ainda são notícia. E, apesar do senhor já ter publicado ótimos esclarecimentos a respeito do assunto, seria interessante um apontamento de idéias sobre uma futura modernização dos blindados - sonhar não custa nada, uma hora vai ocorrer - e os benefícios que isso traria PARA AS COMUNIDADES.
Um abraço!
Considerar o tráfico de drogas como trabalho deve ser obra de algum bando de malucos ou de gente interessada em subverter a ordem e o Estado de Direito. O Brasil tem ONGs demais, muitas delas ou são meras fachadas de empresas prestadoras de seviço à administração pública, enquanto outras são verdadeiras máquinas de propaganda operadas ou por comunistas revolucionários ou por gente sedenta de mídia. Tomara que um dos filhos, maridos ou esposas da gente dessa ONG não esteja preso nas garras das drogas, senão certamente sua visão seria outra.
Tenente, em primeiro lugar, parabéns pelo seu trabalho esclarecedor. É sempre bom saber que existem canais de discussão a respeito da segurança pública do ponto de vista de quem faz.
Gostaria de sugerir para tópicos futuros uma discussão sobre a disparidade entre o trabalho policial e o sistema judicial brasileiro, pois creio que a discordância, ou a incompatibilidade desses dois braços importantes na manutenção da ordem podem estar comprometendo todo o sistema.
Caro amigo.
Nós dois sabemos que existem diferenças em nossas formas de pensar e de agir, principalmente dentro das operações policiais. Acredito muito na sua atuação, levando a discussão e o debate de idéias antagônicas, à baila da população. Sei até, que isso gera mais consciência e participação popular, nos problemas enfrentados pela mesma população que atualmente sofre nas mãos de bandidos e traficantes. Ratifico que é necessário que isso continue acontecendo. Acontece que a "aplicação da energia e dos meios necessários ...no TRABALHO policial", em um ambiente hostil, certamente sempre foi um dos pontos que nos diferenciaram, dentro do exercício do trabalho PM. Certamente, hoje em dia, eu agradeço a Deus por está Reformado, caso contrário, acredito que estaria passando por toda a sorte de críticas e punições, por ter posicionamento forte, objetivo, prático, mas diverso da atual política. Artigos como esse, certamente são a expressão de um poder público, fraco e inoperante há anos, deixando cada vez mais a população a mercê de “organizações” inescrupulosas, que cada vez mais tentam, e continuarão a tentar, inverter o que está expresso na Lei. Pra mim, a despeito da etimologia ou das interpretações anteriores da palavra “trabalhador”, haverá sempre uma grande diferença entre TRABALHADOR e bandido. Estou vendo essa pesquisa como uma antevisão de futuros protestos pela inclusão de mais essa “classe trabalhista”, a ser defendia por políticos. Engraçado, pois, que esses mesmos políticos desconhecem a necessidade de ex-policiais, em conseguirem qualquer atividade laborativa, após deixarem as fileiras da corporação.
Quero deixar aqui um pequeno momento para sua reflexão pessoal.
- Quando éramos Tenentes, já possuíamos diferenças de pensamentos em relação a utilização do que a Lei chama de “ENERGIA (FORÇA) NECESSÁRIA” ou “MEIOS NECESSÁRIOS”. Uma vez chagamos a conversar sobre o peso espiritual de nossos atos, quando tivéssemos que “prestar contas” dos mesmos. Você, sempre um espiritualizado Cardecista, me fazia parecer um impetuoso algoz diante das minhas atuações, diga-se de passagem, dentro dos limites da Lei, quando em comentários mencionávamos acontecimentos de nosso cotidiano nas Operações Policiais. Recordo-me da satisfação que tinha a pequena guarnição de serviço do BOPE, na época, quando eu estava de serviço de Oficial de Operações. Certamente o Roberto Sá também era um dos líderes daquela época. Não éramos truculentos, porém tratávamos bandido como bandido. Para concluir, tenho a convicção de que o uso dos meios necessários, bem como da energia proporcional à injusta agressão que as nossas tropas sofrem nas incursões em favelas, não estão sendo usados, sequer estimulados sua utilização, por medo político ou por insipiência profissional. É visível que o atual governo não deseja ter que explicar, em cadeia nacional, que a atuação da força policial foi tão somente dentro dos parâmetros da Lei. A política prefere ter que dizer, previamente, que a tropa atuará sem excessos. Essa pequena diferencia, traz medo e insegurança à tropa, quando é necessário agir com rigor. Tenho a convicção de não estaria sendo necessário a discussão do assunto referente a essa idiota pesquisa realizada por esta “ONG”, caso houvesse um pouco mais de ENERGIA e RIGOR, no trato com esses tais “Trabalhadores-traficantes”.
Mário, a nossa tropa, em geral, está com medo de atuar. Precisam ser estimulados por um líder.
Mario, que Deus continue lhe dando muita luz.
SEMPER FIDÉLIS
Do CAVEIRA nº 48
Hugo Rodolfo
Caro amigo.
Nós dois sabemos que existem diferenças em nossas formas de pensar e de agir, principalmente dentro das operações policiais. Acredito muito na sua atuação, levando a discussão e o debate de idéias antagônicas, à baila da população. Sei até, que isso gera mais consciência e participação popular, nos problemas enfrentados pela mesma população que atualmente sofre nas mãos de bandidos e traficantes. Ratifico que é necessário que isso continue acontecendo. Acontece que a "aplicação da energia e dos meios necessários ...no TRABALHO policial", em um ambiente hostil, certamente sempre foi um dos pontos que nos diferenciaram, dentro do exercício do trabalho PM. Certamente, hoje em dia, eu agradeço a Deus por está Reformado, caso contrário, acredito que estaria passando por toda a sorte de críticas e punições, por ter posicionamento forte, objetivo, prático, mas diverso da atual política. Artigos como esse, certamente são a expressão de um poder público, fraco e inoperante há anos, deixando cada vez mais a população a mercê de “organizações” inescrupulosas, que cada vez mais tentam, e continuarão a tentar, inverter o que está expresso na Lei. Pra mim, a despeito da etimologia ou das interpretações anteriores da palavra “trabalhador”, haverá sempre uma grande diferença entre TRABALHADOR e bandido. Estou vendo essa pesquisa como uma antevisão de futuros protestos pela inclusão de mais essa “classe trabalhista”, a ser defendia por políticos. Engraçado, pois, que esses mesmos políticos desconhecem a necessidade de ex-policiais, em conseguirem qualquer atividade laborativa, após deixarem as fileiras da corporação.
Quero deixar aqui um pequeno momento para sua reflexão pessoal.
- Quando éramos Tenentes, já possuíamos diferenças de pensamentos em relação a utilização do que a Lei chama de “ENERGIA (FORÇA) NECESSÁRIA” ou “MEIOS NECESSÁRIOS”. Uma vez chagamos a conversar sobre o peso espiritual de nossos atos, quando tivéssemos que “prestar contas” dos mesmos. Você, sempre um espiritualizado Cardecista, me fazia parecer um impetuoso algoz diante das minhas atuações, diga-se de passagem, dentro dos limites da Lei, quando em comentários mencionávamos acontecimentos de nosso cotidiano nas Operações Policiais. Recordo-me da satisfação que tinha a pequena guarnição de serviço do BOPE, na época, quando eu estava de serviço de Oficial de Operações. Certamente o Roberto Sá também era um dos líderes daquela época. Não éramos truculentos, porém tratávamos bandido como bandido. Para concluir, tenho a convicção de que o uso dos meios necessários, bem como da energia proporcional à injusta agressão que as nossas tropas sofrem nas incursões em favelas, não estão sendo usados, sequer estimulados sua utilização, por medo político ou por insipiência profissional. É visível que o atual governo não deseja ter que explicar, em cadeia nacional, que a atuação da força policial foi tão somente dentro dos parâmetros da Lei. A política prefere ter que dizer, previamente, que a tropa atuará sem excessos. Essa pequena diferencia, traz medo e insegurança à tropa, quando é necessário agir com rigor. Tenho a convicção de não estaria sendo necessário a discussão do assunto referente a essa idiota pesquisa realizada por esta “ONG”, caso houvesse um pouco mais de ENERGIA e RIGOR, no trato com esses tais “Trabalhadores-traficantes”.
Mário, a nossa tropa, em geral, está com medo de atuar. Precisam ser estimulados por um líder.
Mario, que Deus continue lhe dando muita luz.
SEMPER FIDÉLIS
Do CAVEIRA nº 48
Hugo Rodolfo
Caro amigo.
Apesar de divergirmos em alguns pontos operacionais, acredito muito na sua atuação, levando a discussão e o debate de idéias antagônicas, à baila da população. Sei até, que isso gera mais consciência e participação popular, nos problemas enfrentados pela mesma população que atualmente sofre nas mãos de bandidos e traficantes. Ratifico que é necessário que isso continue acontecendo. Acontece que a "aplicação da energia e dos meios necessários ...no TRABALHO policial", em um ambiente hostil, certamente sempre foi um dos pontos que nos diferenciaram, dentro do exercício do trabalho PM. Certamente, hoje em dia, eu agradeço a Deus por está Reformado, caso contrário, acredito que estaria passando por toda a sorte de críticas e punições, por ter posicionamento forte, objetivo, prático, mas diverso da atual política. Artigos como esse, certamente são a expressão de um poder público, fraco e inoperante há anos, deixando cada vez mais a população a mercê de “organizações” inescrupulosas, que cada vez mais tentam, e continuarão a tentar, inverter o que está expresso na Lei. Pra mim, a despeito da etimologia ou das interpretações anteriores da palavra “trabalhador”, haverá sempre uma grande diferença entre TRABALHADOR e bandido. Estou vendo essa pesquisa como uma antevisão de futuros protestos pela inclusão de mais essa “classe trabalhista”, a ser defendia por políticos. Engraçado, pois, que esses mesmos políticos desconhecem a necessidade de ex-policiais, em conseguirem qualquer atividade laborativa, após deixarem as fileiras da corporação, pois cá pra nós, não dá pra viver só com o salário PM.
Quero deixar aqui um pequeno momento para sua reflexão pessoal.
- Quando éramos Tenentes, já possuíamos diferenças de pensamentos em relação a utilização do que a Lei chama de “ENERGIA (FORÇA) NECESSÁRIA” ou “MEIOS NECESSÁRIOS”. Uma vez chagamos a conversar sobre o peso espiritual de nossos atos, quando tivéssemos que “prestar contas” dos mesmos. Você, sempre um espiritualizado Cardecista, me fazia parecer um impetuoso algoz diante das minhas atuações, diga-se de passagem, dentro dos limites da Lei, quando em comentários mencionávamos acontecimentos de nosso cotidiano nas Operações Policiais. Recordo-me da satisfação que tinha a pequena guarnição de serviço do BOPE, na época, quando eu estava de serviço de Oficial de Operações. Certamente o Roberto Sá também era um dos líderes daquela época. Não éramos truculentos, porém tratávamos bandido como bandido. Para concluir, tenho a convicção de que o uso dos meios necessários, bem como da energia proporcional à injusta agressão que as nossas tropas sofrem nas incursões em favelas, não estão sendo usados, sequer estimulados sua utilização, por medo político ou por insipiência profissional. É visível que o atual governo não deseja ter que explicar, em cadeia nacional, que “a atuação da força policial foi tão somente dentro dos parâmetros da Lei”. A política prefere ter que dizer, previamente, que “a tropa atuará sem excessos”. Essa pequena diferencia, traz medo e insegurança aos nossos homens, quando é necessário agir com rigor. Tenho a convicção de que não estaria sendo necessário a discussão do assunto referente a essa idiota pesquisa realizada por esta “ONG”, caso houvesse um pouco mais de ENERGIA e RIGOR, no trato com esses tais “Trabalhadores-traficantes”.
Mário, a nossa tropa, em geral, está com medo de atuar. Precisam ser estimulados por um líder.
Mario, que Deus continue lhe dando muita luz.
SEMPER FIDÉLIS
Do CAVEIRA nº 48
Hugo Rodolfo
Ao que parece, a forma mais rápida de "transformação" de um traficante em trabalhador ou estudante, é ser alvejado pela polícia. Sim, por que num segundo o traficante se transforma num pobre coitado, num trabalhador ou estudante, ainda que esteja com armas quentes em punho. Afinal, infelizmente algumas ongs precisam produzir "vítimas" e "algozes" para se colocarem como defensores daqueles, ainda que num teatro de erros, muito ao sabor de seus interesses.
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