A prisão de mais de setenta Policiais Militares do Rio por envolvimento com traficantes de drogas e outros criminosos, chegando, em alguns casos, a integrarem seus bandos e quadrilhas, deixou estupefato o carioca, já tão assombrado e receoso da ação de maltas e magotes marginais que, sem detença, surgem aqui e acolá, promovendo medo difuso.
Remunerados para defender a população, homens que um dia, diante do pavilhão nacional e de seus familiares, juraram, solenemente, defender a sociedade com o risco da própria vida apresentam-se, agora, como seus algozes, ao mesmo tempo em que, ao se fazerem bandidos, cavam profunda ferida na instituição que lhes acolheu como irmãos de ideais e de lutas.
Atarefada em espremer tais furúnculos, a PM acaba silenciando ante o alarido aproveitador dos “especialistas”, esses falastrões que jamais arriscarão seus pescoços para conduzir quem, ou o que quer que seja, nos nevoeiros das crises e seus perigos imprevisíveis; esses embusteiros que surgem nos momentos dramáticos como “arautos da verdade”, fazendo crer que são eles mesmos as autoridades detentoras do melhor juízo e maior envergadura moral, para avaliar qualquer questão.
Sondando-lhes, todavia, a carreira, vamos encontrar, como únicas marcas de suas passagens despreocupadas nas corporações de origem, as suas digitais nas maçanetas das autoridades as quais serviram com falaciosa lealdade, transmutando o brilho que proporcionaram aos puxadores das portas que abriam sorridentes, em oportunidades de ascensão profissional sem mérito e sem honra, fazendo, assim, da profissão um patíbulo de vergonha diante de pares e companheiros. E, por mais absurdo, no entanto, investem-se como juizes das mazelas alheias, lançando dardos contra tudo e contra todos, indiscriminadamente, atingindo ora os “aloprados da farda”, o que é justo, ora inocentes e trabalhadores de louvor requerido.
Ninguém duvida, é bem certo, que essa tempestade de opróbrios que desaba sobre nossa Polícia Militar, por conseqüência do desatino criminoso de alguns dos seus homens, possa proporcionar limpeza eficaz no corpo doente, mas se, e somente se, um rigoroso inventário que descortine alternativas para tão terrível mal, for realizado tempestivamente.
Oportuno é, no entanto, desmascarar a impropriedade desses comentaristas autodeclarados “especialistas em segurança pública”, sempre a espreita de escândalos e crises, como urubus a procura de coisa pútrida; esses “policiólogos” abstêmios da práxis policial por inaptidão ou medo, que jamais ombrearam com sua tropa em momentos de dificuldades, quando a carne se torna alvo potencial para o fogo dos fuzis e estilhaços de granadas criminosas. Néscios, ainda assim alardeiam-se legítimos desconstrutores de edifícios construídos com suor e sangue honrados.
Não se pretende, é bom esclarecer, impedir que se levantem vozes contra ignomínias como as que cometeram os “criminosos travestidos de policiais”, como na fala do Coronel Hudson, Comandante Geral da PMERJ. Injuriar-se contra toda forma de tergiversação criminosa, empreendida, principalmente, por quem deveria combater o delito é legítimo e impostergável, mas, fazê-lo sem os limites de uma autocensura que reprima a vaidade e a cupidez, é alimentar-se na tigela da irresponsabilidade.
Assim, ao deparar-me com os comentários do Coronel da PM paulista, José Vicente Filho, cujo prestígio como conhecedor da própria Instituição é questionável, especialmente sua história como policial; vendo-o proferir juízos e desferir acusações contra a PMERJ com verborragia insana e ofensiva, julgo oportuno salientar que, ao contrário do que disse ao “Globo” no último dia 16, atribuindo à exceção a regra, folclore para nós, PMs cariocas, é se fazer passar, como ele se faz, pelo que não é: LEGÍTIMO.
Remunerados para defender a população, homens que um dia, diante do pavilhão nacional e de seus familiares, juraram, solenemente, defender a sociedade com o risco da própria vida apresentam-se, agora, como seus algozes, ao mesmo tempo em que, ao se fazerem bandidos, cavam profunda ferida na instituição que lhes acolheu como irmãos de ideais e de lutas.
Atarefada em espremer tais furúnculos, a PM acaba silenciando ante o alarido aproveitador dos “especialistas”, esses falastrões que jamais arriscarão seus pescoços para conduzir quem, ou o que quer que seja, nos nevoeiros das crises e seus perigos imprevisíveis; esses embusteiros que surgem nos momentos dramáticos como “arautos da verdade”, fazendo crer que são eles mesmos as autoridades detentoras do melhor juízo e maior envergadura moral, para avaliar qualquer questão.
Sondando-lhes, todavia, a carreira, vamos encontrar, como únicas marcas de suas passagens despreocupadas nas corporações de origem, as suas digitais nas maçanetas das autoridades as quais serviram com falaciosa lealdade, transmutando o brilho que proporcionaram aos puxadores das portas que abriam sorridentes, em oportunidades de ascensão profissional sem mérito e sem honra, fazendo, assim, da profissão um patíbulo de vergonha diante de pares e companheiros. E, por mais absurdo, no entanto, investem-se como juizes das mazelas alheias, lançando dardos contra tudo e contra todos, indiscriminadamente, atingindo ora os “aloprados da farda”, o que é justo, ora inocentes e trabalhadores de louvor requerido.
Ninguém duvida, é bem certo, que essa tempestade de opróbrios que desaba sobre nossa Polícia Militar, por conseqüência do desatino criminoso de alguns dos seus homens, possa proporcionar limpeza eficaz no corpo doente, mas se, e somente se, um rigoroso inventário que descortine alternativas para tão terrível mal, for realizado tempestivamente.
Oportuno é, no entanto, desmascarar a impropriedade desses comentaristas autodeclarados “especialistas em segurança pública”, sempre a espreita de escândalos e crises, como urubus a procura de coisa pútrida; esses “policiólogos” abstêmios da práxis policial por inaptidão ou medo, que jamais ombrearam com sua tropa em momentos de dificuldades, quando a carne se torna alvo potencial para o fogo dos fuzis e estilhaços de granadas criminosas. Néscios, ainda assim alardeiam-se legítimos desconstrutores de edifícios construídos com suor e sangue honrados.
Não se pretende, é bom esclarecer, impedir que se levantem vozes contra ignomínias como as que cometeram os “criminosos travestidos de policiais”, como na fala do Coronel Hudson, Comandante Geral da PMERJ. Injuriar-se contra toda forma de tergiversação criminosa, empreendida, principalmente, por quem deveria combater o delito é legítimo e impostergável, mas, fazê-lo sem os limites de uma autocensura que reprima a vaidade e a cupidez, é alimentar-se na tigela da irresponsabilidade.
Assim, ao deparar-me com os comentários do Coronel da PM paulista, José Vicente Filho, cujo prestígio como conhecedor da própria Instituição é questionável, especialmente sua história como policial; vendo-o proferir juízos e desferir acusações contra a PMERJ com verborragia insana e ofensiva, julgo oportuno salientar que, ao contrário do que disse ao “Globo” no último dia 16, atribuindo à exceção a regra, folclore para nós, PMs cariocas, é se fazer passar, como ele se faz, pelo que não é: LEGÍTIMO.
7 comentários:
Belo texto, Coronel.
Não lí o artigo do Globo, mas sei que é muito mais grave ver essas generalizações quando partem de alguém que já vestiu a farda cinza.
Quando vinda dos "ólogos" de fora é até compreensível, pois a polícia para esses é um terreno árido e desconhecido.
No mais, desejo felicidades no ano vindouro e sucesso nas lides policiais.
Minha continência.
Cathalá
http://policiabrasil.blogspot.com
Visitei este blog e tendo em conta o vosso interesse por temas relacionados com segurança, visitem também http://www.tocadotulio.blogspot.com/
A honra é toda minha, Coronel.
Ter disponibilizado na internet textos de vossa lavra é motivo de orgulho para policiais militares do país todo.
Pena que em nossa profissão ainda não se tem a cultura da produção intectual.
Minha continência e um abraço.
Caro Coronel Mario Sergio:
A abordagem sobre as "milícias armadas" que dominam e exploram comunidades carentes, antes dominadas e exploradas pelo tráfico de drogas, feita pelo jornalista Gustavo de Almeida, merece ser premiada, pela qualidade e pela realidade da abordagem.
E como contribuição para o seu blog aconselhamos que busque junto ao TRE-RJ os dados relativos aos candidatos mais votados nas Zonas Eleitorais afetas a tais comunidades.
Os resultados o surpreenderão e você poderá informar os Deputados Estaduais e Federais, eleitos e reeleitos com os votos e com o dinheiro das milícias.
E deixe "no ar" uma pergunta: Por que os Comandantes de Unidades Operacionais não combateram as milícias e permitiram a sua implantação?
Quem deu tal ordem?
E ainda: Por que agora, sem o tráfico de drogas, os Comandantes Operacionais não ocupam as comunidades com policiamento?
Projeto 200 Anos
Prezado Coronel Mario Sergio,
Através do jblog do jornalista Gustavo de Almeida, tomei conhecimento de sua exoneração do BOPE. Então me ocorreu a idéia de (me permite a liberdade)se inserir mais uma página em seu belo livro "Incursionando no Inferno", o qual me foi presenteado pelo meu filho:
"Há quase exatamente 1 ano em que tomava posse como comandante dessa Unidade de Elite, o manto negro de caveira nº 37 retorna ao armário, para dar lugar ao paletó e gravata de um gabinete. Mas, por algum tempo, como já foi em épocas passadas. A missão muda de acordo com os governantes, mas o ideal permanece, é perene, está incrustado no caráter. Cito o Apóstolo Paulo em sua saida: "Combati o bom combate e guardei a fé". É isso comandante, sucesso sempre.....e um até breve ao BOPE....eu creio.
Com grande respeito e admiração
Nelio L. Ferreira
Peço poucos minutos de sua atenção para expor o meu protesto, as injustiças que estão sendo feitas e cometidas pela então chamada “OPERAÇÃO TINGUI”.
Em 15 de Dezembro/06, foram presos 78 policias acusados de Importar - Exportar .. drogas sem determinação legal - Associação de pessoas - extorsão mediante seqüestro – quadrilha ou bando concussão...
Uma investigação feita Pela Polícia Militar em conjunto com a Policia Federal que durou oito meses. Onde foram presos um pelotão de inocentes no meio de poucos culpados. Acho que prender e punir os que agem na ilegalidade é dever. Mas o que me causa estranheza, é que a própria corporação “Polícia Militar (PM) conseguiu ao longo de 8 meses de investigação, dar as escalas com os nomes errados para justiça dos Policiais; Digo isso, porque só do 14º batalhão estão presos 11 policias por esse erro e mais 10 policias do 9º batalhão; Totalizando 21 policiais presos pêlos mesmos erros!!!!!!!!
Os Erros cometidos nessa operação não param pôr aí. No curso das investigações, os Policiais Federais não conseguiram identificar com clareza o número de uma das viaturas que foram filmadas pôr ser uma filmagem ruim, sem muita nitidez. Achando que seria a viatura 520600, viatura pertencente ao 15º Batalhão que não estava sobre investigação. Pediram então auxílio a Policia militar para identifica –lá, assim que foi constatado que a mesma não pertencia a nenhuma das unidades investigadas (14º e 9º batalhão)o corregedor da PM aleatoriamente, achou que deveria informar como tal, a viatura 520606, esses policiais também estão presos.
Fora os que estão presos sem nenhuma prova contundente, já que muitos nem se quer estavam no local em que foram gravadas as fitas e muito menos suas vozes estão nas escutas telefônicas , mesmo estando de serviço em outra localidade no dia das gravações.
E veja, no dia dessas prisões e por dias afio, final do governo Garotinho o Coronel Hudson de Aguiar Miranda, nomeado pela governadora Rosinha como Comandante Geral da PM, dá várias entrevistas dizendo:
“Eles maus policias queriam nos matar”
“Comandantes tem que está a frente da tropa. Não ter medo de cometer erros”
“Eles não são policias, são travestidos de policiais”
“ Separei o joio do Trigo”
E assim segue as atrocidades declaradas a mídia ( jornais e rede televisivas nos dias 15/16/17 de 2006) pelo ex Comandante Geral da PM Coronel Hudson de Aguiar Miranda do antigo governo, governo esse, que nada fez pelo Rio de Janeiro.
Esse Coronel integro, de conduta ilibada, se apresenta diante da mídia denegrindo, achincalhando a moral e integridade de muitos policias que estão presos a mais de 60 dias e vão amargar não sei por mais quanto tempo de isolamento no BEP, pôr erro do próprio comando, que agora não responde por tal ato impudico .
Sendo assim depois de 60 dias é que foi para justiça, todas as escalas para que seja analisadas e de forma correta pela Juíza. E veja, o comando foi intimado no prazo de 24hs para tal ato.
Que investigação de 8 meses foi essa ?
Que direitos humanos é esse, que expõe as pessoas e familiares de forma tão vil?
Que corporação é essa, que trata seus policiais como pião de um jogo de xadrez?
Cadê o direito a cidadania?
QUE DEMOCRACIA É ESSA?
Para denegrir a imagens de muitos policiais inocentes, para mostrar um governo austero agindo em pró da sociedade, o comando da Polícia Militar não mediu esforços. Mas para reparar erros que sabem que foram cometidos na então Operação Tingui, não tem ninguém. Cadê a voz para brigar por tantos chefes de família, que já são estigmatizados só por serem policias?
Vamos punir sim, com severidade os que agem incorretamente, seja ele PM, mas também seja ele um Advogado, um Senador, um Ministro...isso sim é democracia é respeito pela sociedade. Vamos denunciar tudo que é ilícito, mas vamos ter honra para ver o erro e repará-lo tão igual ou melhor do que o estrago.
....atarefada em espremer tais furúnclos....
- Pelo amor de Deus, Mário!!!!
...cavam profunda ferida na Instituição....
- Onde está o caveira que conheci???
- Que tal começarmos falando pelas várias vezes em que os órgãos de apuração e investigação da nossa briosa, erraram? Talvez seja melhor lembrar as passagens por sobre a Lei, por parte de alguns comandantes, em assuntos de interesse de subordinados. Você mesmo já mencionou que uma simples parte, de defesa de uma praça, as vezes leva anos para ser analisada.
-Está certo que maus policiais repressentam um tumor ao corpo, e como tal devem ser eliminados. Contudo, imagina se ao invés de eliminar o tumor, se amputa um membro útil???? Quantas vezes você, eu e muitos outros de nós, já vimos isso acontecer???
- Que tal lembrar, por exemplo, dos comandantes que ficam atrás de uma mesa, dentro do gabinete com ar refrigerado, e, não possuem nenhum tipo de mácula em sua ficha, pois não ousaram NUNCA, mas, tem o domínio do mando para simplesmente execrar, discricionariamente qualquer um? Quantos anos nós estamos vendo isso acontecer?
-Deixo aqui uma pergunta. Quando teremos a oportunidade de vermos um verdadeiro GUERREIRO, alguém que ousou, e por isso já foi punido e não desistiu, um combatente verdadeiro, que já esteve lado a lado com seus subordinados nas mais perigosas linhas de fogo inimigo, mas que mesmo como tudo isso, se mantém como um excelente administrador dentro das unidades em que comandou, sendo amado e querido por todos seus subordinados por se justo com todos, COMANDANDO a PMERJ?????
- Que tal se a PMERJ utilizasse o RDPM que foi Decretado pela Governadora Benedita (Dez-2002)?
Ou melhor! Como explicar que o RDPM que está sendo utilizado atualmente, foi revogado no mesmo Decreto de Dez-2002, supra mencionado, porém a Governadora Rosinha, desconheceu tal fato e simplesmente manteve em uso o antigo RDPM de 1983, por simples vontade, sem qualquer revogação ou decreto novo???? Pois é, Mário! Já dizia o antigo ditado: " a oportunidade faz o ladrão". que tal se iniciar a melhora das coisas, de cima pra baixo?
Abraços
Hugo Rodolfo
SEMPER FIDELIS
Caveira nº 48
Postar um comentário