Eu estou escrevendo este texto sob intensa emoção.
Creio que já há algum tempo que eu tenha sido tragado por onda igual, tão expositora de emoções desconcertantes, dessa emotividade visceral que possuímos, mas esquecemo-la escondida no fundo do nosso oceano psíquico, em meio às tripas, posta longe dos “olhos do coração”.
Mas, foi impossível evitá-la ao ver a matéria.
Já a repeti, já a expus aos meus olhos (e meus ouvidos) duas dezenas de vezes.
Distribuí o link para minha mulher, para meus filhos, para amigos.
Muitos esperam a vida toda por uma oportunidade de júbilo, acalentam o sonho de se encontrar no ápice.
Poucos conseguem, e, seguramente, aqueles que não abrem mão dos seus sonhos; os que elevam seus pensamentos na direção de seus objetivos até distantes, por que difíceis e grandiosos, mas com a idéia precedendo a ação; a reflexão precedendo o agir.
Já tem algum tempo (acho que foi quando iniciei a leitura de Os Miseráveis e isso já faz muitos anos) que essa perplexidade ante a grandeza do que se avizinha, que se mostra como pequena ponta de iceberg, não me visitava, não me batia à porta.
Victor Hugo é o maior gênio literário com o qual “travei contato” e "Os Miseráveis" é a sua maior criação.
Para mim, que defendo a existência de “universalidades” na existência humana, acompanhando as “particularidades” dela mesma, o grande escritor francês me reforça a "crença" por meio das tragédias que vai relatando, inventariando, desfilando gêneros, características individuais, sociais e metafísicas, enquanto constrói uma ponte para travessia de outros grandes, universais e atemporais, capazes de emocionar o mundo pela singularidade de suas qualidades que a Providência deixou para exibir no Seu tempo e na Sua hora.
Estou emocionado revendo, agora, neste instante, a matéria sobre a escocesa Susan Boyle. Estou ouvindo-a!
Façam isso vocês!!!
Estou pondo o link aqui:
Não há nada, absolutamente nada mais interessante do que a história de Susan Boyle nos jornais deste fim de semana.
Não percam seu tempo com a política, com as notícias sensacionalistas sobre a economia, sobre a violência, sobre as ideologias, sobre as particularidades da segurança pública.
Vivo reclamando que há um vazio de boas novas, de notícias que me façam emergir do mar de dúvidas que muitas vezes tenho sobre os sinais de Deus quem demonstrem Sua preocupação com Suas criaturas, com Seus filhos.
Deus me deu Susan Boyle neste fim de semana de novas velhas notícias; de novas velhas e desimportantes notícias para me lembrar de Sua existência; para reiterar que a vida tem um fim, sim, e muito maior do que o que conseguimos vislumbrar nas construções efêmeras que realizamos aqui e ali, com muito pouco talento verdadeiro e como displicentes cumprimentos de obrigações.
Ele me deu a história, a simplicidade de Susan Boyle, cantando uma das canções de um musical baseado na obra de Victor Hugo, fazendo com que o meu fim de semana entediante e enfadonho se fizesse radiante.
Repito: - Não há nada, nenhuma notícia, nenhuma novidade, nenhuma informação que possa iluminar a minha ou sua alma neste fim de semana que não a história e a voz de Susan Boyle.
Agora peço licença, pois preciso rever velhos amigos que estão me aguardando na estante da sala:
- E ai!! Como vão vocês: Fantine, Jean Valjean, Bispo Bienvenu, Cosette, Marius Pontmercy, Gravoche ... ??!!