As ações dos órgãos da Segurança Pública do Estado no Complexo do Alemão, estão, definitivamente, integradas à história futura da cidade do Rio de Janeiro como marco sinalizador de uma política vigorosa de combate ao crime.
Decisivas para retomada do controle de áreas tomadas pelo narcotráfico, as operações levadas a efeito pelo BOPE, pela CORE e pelo 16º BPM, não apenas objetivam realizar apreensões de armas e drogas, além de prisões dos criminosos em flagrante delito ou com prisão decretada, mas libertar, de uma vez por todas, do jugo perverso e cruel dos bandidos, aqueles espaços geográficos reintegrando-os ao território nacional, já que hoje mais se assemelham a uma pátria invadida e dominada.
O paradoxo aparente em se dizer que algo “já existe” no futuro, deve ser compreendido na dimensão de sua importância evidenciada nos registros proliferados de mídia, que vão, de sua parte, eternizando os fatos e seus agregados relacionais. A imprensa, como sabemos, desde que os combates tiveram início, se mantém de plantão no local, em busca de notícias sobre os movimentos dos contendores e tudo mais que lhes possa ser relacionado. Dessa forma, mantendo no presente, pela notícia, cada acontecimento que se liga ao evento, cria uma expectativa de tempo transcendente, adiantando-o, e permitindo-nos uma antevisão: “o que fazemos agora, ecoará no futuro”.
É bom, todavia, esclarecer, que o Complexo do Alemão não é uma região apartada do mundo em que vivemos, que transitamos e socializamos nossos atos e intenções. Não é um espaço infernal em si, mas seus moradores, de imensa maioria produtiva e legítima nos propósitos, nas angustias e ânsias de justiça, já de muito foram atirados e mantidos cativos numa espécie de afasia atáxica, pela bandidagem que forma o lumpem parasita local.
Esse estado de dominação espiritual fomentado pela cultura do crime – e ouso dizer, do mal – afoga a população num caldo de ingredientes permissivos que lhes embota a vontade e a visão, fazendo-os naturalizar o animalesco-bestial, a ponto de não lhes divisar a estrutura odiosa que atenta contra suas liberdades. A cultura do banditismo que lá grassa, está se espalhando pelo Brasil, com risco de se tornar um mal endêmico, pois avança solertemente entre a população mais jovem, de qualquer classe, ora assentada sobre uma filosofia hedonista que conjuga sexualidade, pulsão de morte e ausência de educação formal, ora incentivada pela ausência dos freios da punibilidade que deveria haver em qualquer sociedade onde lei e ordem são realidades e não ficção. Junte-se a isso as ações quase desapercebidas de ONGs que sonham utilizar a mão criminosa e as armas do tráfico, em favor de uma revolução social que julgam se avizinhar, e um mosaico de dores e sofrimentos para a nação brasileira é montado agora, para nossa maior infelicidade amanhã.
Assim, urge que nos apressemos e as polícias estão fazendo sua parte. É claro que sendo o terreno limpo, asseado pela erradicação do tráfico no esmagamento do seu braço armado, é preciso em seguida ocupá-lo, definitivamente. Estamos retirando a erva daninha para que as boas sementes possam aflorar e florescer, mas é preciso manter a profilaxia do campo o tempo todo. É preciso que a polícia não se vá nunca mais; que permaneça no Complexo para sempre, não permitindo o retorno dos bandidos como expressão de poder. É preciso que essa ocupação represente a força, a capacidade do Estado em prover segurança, sem ser ameaçado ou acuado. É preciso que essa ocupação seja intimidação para qualquer bandido, e alívio para a imensa e esmagadora maioria de pessoas de bem, moradores desses locais.
É preciso que não nos aconselhemos com receios e assumamos os riscos e danos colaterais; mais explícitas do que as palavras do governador Sérgio Cabral sobre os narcotraficantes, impossível: - São terroristas, gente do mal.
É uma oportunidade que não pode ser atirada ao ralo. Ou ocupamos de vez ou deixemos os moradores entregues aos traficantes, mas vivos: Tertium non datur
É o nosso dever de casa.
Façamo-lo, pois.
Decisivas para retomada do controle de áreas tomadas pelo narcotráfico, as operações levadas a efeito pelo BOPE, pela CORE e pelo 16º BPM, não apenas objetivam realizar apreensões de armas e drogas, além de prisões dos criminosos em flagrante delito ou com prisão decretada, mas libertar, de uma vez por todas, do jugo perverso e cruel dos bandidos, aqueles espaços geográficos reintegrando-os ao território nacional, já que hoje mais se assemelham a uma pátria invadida e dominada.
O paradoxo aparente em se dizer que algo “já existe” no futuro, deve ser compreendido na dimensão de sua importância evidenciada nos registros proliferados de mídia, que vão, de sua parte, eternizando os fatos e seus agregados relacionais. A imprensa, como sabemos, desde que os combates tiveram início, se mantém de plantão no local, em busca de notícias sobre os movimentos dos contendores e tudo mais que lhes possa ser relacionado. Dessa forma, mantendo no presente, pela notícia, cada acontecimento que se liga ao evento, cria uma expectativa de tempo transcendente, adiantando-o, e permitindo-nos uma antevisão: “o que fazemos agora, ecoará no futuro”.
É bom, todavia, esclarecer, que o Complexo do Alemão não é uma região apartada do mundo em que vivemos, que transitamos e socializamos nossos atos e intenções. Não é um espaço infernal em si, mas seus moradores, de imensa maioria produtiva e legítima nos propósitos, nas angustias e ânsias de justiça, já de muito foram atirados e mantidos cativos numa espécie de afasia atáxica, pela bandidagem que forma o lumpem parasita local.
Esse estado de dominação espiritual fomentado pela cultura do crime – e ouso dizer, do mal – afoga a população num caldo de ingredientes permissivos que lhes embota a vontade e a visão, fazendo-os naturalizar o animalesco-bestial, a ponto de não lhes divisar a estrutura odiosa que atenta contra suas liberdades. A cultura do banditismo que lá grassa, está se espalhando pelo Brasil, com risco de se tornar um mal endêmico, pois avança solertemente entre a população mais jovem, de qualquer classe, ora assentada sobre uma filosofia hedonista que conjuga sexualidade, pulsão de morte e ausência de educação formal, ora incentivada pela ausência dos freios da punibilidade que deveria haver em qualquer sociedade onde lei e ordem são realidades e não ficção. Junte-se a isso as ações quase desapercebidas de ONGs que sonham utilizar a mão criminosa e as armas do tráfico, em favor de uma revolução social que julgam se avizinhar, e um mosaico de dores e sofrimentos para a nação brasileira é montado agora, para nossa maior infelicidade amanhã.
Assim, urge que nos apressemos e as polícias estão fazendo sua parte. É claro que sendo o terreno limpo, asseado pela erradicação do tráfico no esmagamento do seu braço armado, é preciso em seguida ocupá-lo, definitivamente. Estamos retirando a erva daninha para que as boas sementes possam aflorar e florescer, mas é preciso manter a profilaxia do campo o tempo todo. É preciso que a polícia não se vá nunca mais; que permaneça no Complexo para sempre, não permitindo o retorno dos bandidos como expressão de poder. É preciso que essa ocupação represente a força, a capacidade do Estado em prover segurança, sem ser ameaçado ou acuado. É preciso que essa ocupação seja intimidação para qualquer bandido, e alívio para a imensa e esmagadora maioria de pessoas de bem, moradores desses locais.
É preciso que não nos aconselhemos com receios e assumamos os riscos e danos colaterais; mais explícitas do que as palavras do governador Sérgio Cabral sobre os narcotraficantes, impossível: - São terroristas, gente do mal.
É uma oportunidade que não pode ser atirada ao ralo. Ou ocupamos de vez ou deixemos os moradores entregues aos traficantes, mas vivos: Tertium non datur
É o nosso dever de casa.
Façamo-lo, pois.
15 comentários:
Já disse aqui e vou repetir:
a PM deve usar blindados com lagarta para invadir esses ''complexos''. Com eles, não tem óleo em pista, nem bueiro destampado.
A melhor viatura para isso é o M-113.
Israel já tem larga experiência em seu uso, tem doutrina de emprego, etc. Basta ver a CNN e ver como ele é empregado em Gaza.
Poderíamos usar os M-113 do Exército.
Tanta gente com curso de combate em localidade e não vê isso?
Como oficial da PM, aluno do Senhor na APM. D. J. VI e, tambem, acadêmico de Filosofia, tenho maior prazer em acompanhar os textos deste BLOG.
Gostei muito do texto.
.... é a mais pura verdade, tudo o que você relatou neste post acima. Apenas temo, pelo prólogo corriqueiro de sempre. Temo, uma vez que já ouvi essas "declarações" anteriormente. Temo também, pelas ambições políticas de nossas autoridades. Hoje, estar à frente de assuntos sobre segurança, dá "ibope" e o mais necessário para a política e os políticos é, sempre ser visto e lembrado.....
Muito bonito toda essa narrativa sobre a população acuada daquela região do complexo do alemão. Tenho certeza de que lá, existem pessoas de bem e trabalhadoras em sua esmagadora maioria. Mas, lamento profundamente a forma como se está usando nossa Corporação, e quando digo USANDO quero dizer no sentido mais inescrupuloso. Quero somente lembrar aqui, que também temos que fazer alguma coisa pelo nosso contingente, ou então, mais breve do que se espera, não teremos condições de sequer estender nossas mãos às mais primárias necessidades de nossa população, quanto mais de combater criminosos....
Quero lhe pedir que faça alguma postagem que dê condições de comentários e debates em relação às necessidades objetivas de nossa tropa. Você já tem uma grande expressão e alcance, quem sabe não será uma forma direta de se chegar à solução de alguma dessas necessidades dos nossos PMs????? Quem sabe, isso não possa livrar nossa PMERJ do jugo perverso e cruel de políticas degeneradoras e de quase extinção. Não precisa ser sobre salário, mas se achar por bem, que seja!!!!
Abraços
SEMPER FIDELIS
Hugo Rodolfo
Caveira nº 48
Ocupação, remoção dos traficantes, mais sem agressão e sem roubo dos moradores de bem. Ser branco, e morando longe dali e muito fácil, eu quero ver ser Negro e tomando tapa na cara da Tropa de elite quando chega do trabalho.
Ilustríssimo Senhor Coronel
A partir deste comentário, minhas eventuais participações em seu blog não serão mais finalizadas com a exclamação que os identificou até aqui.
E o faço não por haver abandonado a idéia, mas em respeito ao Senhor; por entender que a expressão termina algo poluindo, espaço tão edificante para o Rio de Janeiro.
E o Rio é maior e mais importante que qualquer convicção.
Sem falar no risco que as convicções correm, diante de tão hábil esgrimista, quanto é vossa senhoria.
Em homenagem ao Buarque, e a uma de suas muitas obras-primas - aquela de 1977, que fala do zepelim - passarei a assinar Francisco.
A propósito...
As últimas três décadas foram marcadas pela alternância entre o populismo e políticas sérias de combate à criminalidade.
Em minha modesta opinião, uma das causas do estabelecimento do quadro atual, foi que, de 1982 ao ano 2000, ações de enfrentamento, que redundaram no enfraquecimento - e em muitos casos na aniquilação - das quadrilhas, acabaram tendo resultados sistematicamente desperdiçados, intercaladas que foram à dois governos de uma mesma personagem, comprometido com o voto e não com o povo.
Citando como exemplo a área econômica do Governo Federal, o Senhor acha possível o desenvolvimento de algum tipo de blindagem, no sentido de impedir que eventuais governos futuros, desconstruam o que vem sendo feito, à custa do precioso sangue de nossos heróis e de civis inocentes?
Ao Senhor, mais uma vez, a minha admiração.
Francisco
Olá caro amigo.
Vejo com profunda tristeza a censura sofrida pelo meu último post. Na realidade, fui o primeiro a "postar" nessa nova matéria e ainda não publicado. Fi-lo quando ainda ninguém o havia feito. Creio que até a sua idéia sobre debates tem limitações. Continue, pois a Polícia precisa exatamente de pessoas assim. Nunca foi diferente, e não é agora que isso mudaria. Faça uma boa aplicação da filosofia dentro do mecanismo policial.
Pode ser que agora, os antolhos, não lhe deixem ver que, você está seguindo o mesmo caminho que outrora criticou. Seguindo os mesmos passos de outros companheiros que troxeram a PMERJ até esta situação insustentável. Espero que acorde antes do fim, você ou a PMERJ.
Abraços, verdadeiramente de um AMIGO, que nunca se calará.
Hugo Rodolfo
Caveira nº48
Prezado Amigo Rodolfo
Não houve censura sobre vossos comentários. Demorei a publicar os que havia selecionado, tencionando comentá-los. Era o que pretendia fazer.
Senhor TC Mário Sérgio
Ouvi na SENASP comentário extremamente positivo a respeito de palestra ministrada pelo senhor em São Paulo sobre as organizações criminosas.
Parabéns pelo conhecimento,pelo discernimento profissional e pelo enaltecimento da nossa instituição.
Não poderia deixar de destacar a coerência e transparência do post, diante de tanta hipocrizia daqueles que passam longe do sofrimento policial e do "encarceramento" das comunidades reféns do tráfico.
Caro coronel Mário Sérgio Duarte, concordo plenamente com seu artigo quando diz que essa ação no Complexo do Alemão é apenas o primeiro passo para moralizar a situação no local. O único problema a questionar é se essa ação não vai passar de mais uma jogada política como as que vemos em tantos outros governos. Estive na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão nos últimos dias e o que vi foram operações policiais que foram ficando raras. Confrontos mas sem prisões ou apreensões consideráveis, todas sob os holofotes da mídia. Hoje, pouco mais de um mês o que vemos no local são poucas patrulhas na Vila Cruzeiro que se deparam no dia a dia com traficantes andando de motos,olheiros e alguns policiais militares falando em rádios transmissores para provocar traficantes. No Complexo do Alemão, nem se fala, ali hoje há ausência total da polícia sem que bandidos sejam presos e retirados do convívio da sociedade. Sei que há trabalho sério de policiais que fazem polícia de maneira séria e correta. Só espero que essa vontade de trabalho expressa pelo secretário de Segurança ao qual admiro ao trabalho não vá sucumbir novamente à política como vem sendo visto há anos nesse estado.
Caro Tenente Coronel:
Uma pergunta:
- Como a Polícia Militar irá ocupar definitivamente o Complexo do Alemão?
- Qual o efetivo que deverá ser empregado diariamente?
- Qual o número de viaturas a serem empregadas?
- E qual será o custo dessa ocupação definitiva?
- O custo mensal, claro.
Um Policial Militar que gostaria apenas de entender a ação na localidade.
Se possível, escreva um artigo a respaito.
Grato!
Amigos! Chega de baixos salarios! GREVE JA! Apoie o movimento, aguardem o dia 29, a grande manifestação!
Com regozijo, informo a quem interessar possa que a mobilização legal e pacífica de oficiais de polícia militar em prol da obtenção de condições salariais dignas e equânimes já é fato no RJ.
Integração salarial e cumprimento da lei (lato sensu) são os motes principais.
A idéia é simples e já foi aplicada em outras U.F. (recentemente, em Goiás), implicando no nivelamento salarial entre Coronéis e Delegados de Polícia de 1ª classe e na aplicação do escalonamento vertical definido em lei.
Para exemplificar em números, a aceitação do legítimo pleito elevará o salário do soldado de polícia militar para patamares superiores a R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).
Em breve, será marcada reunião aberta a todos (oficiais e praças) para que a questão seja devidamente exposta.
Parabéns a todos os presentes!
Pequenas medidas de combate à violência podem ser tomadas. Mas elas não vão em frente em virtude de nossa Constituição.
Exemplo: na Colômbia, para um combate mais efetivo ao banditismo, as autoridades proibiram o trânsito de veículos com vidros escurecidos (que aqui chamam-se ''películas'') e motocicleta levando uma carona na garupa. Isso em determinadas áreas. Com isso evitar-se-iam emboscadas contra policiais em rondas e a mobilidade de bandidos.
Mas aqui nada disso pode ser feito.
A nossa Carta Maior diz que legislação de trânsito é de competência da União. Assim, é um burocrata em Brasília que vai decidir se tais medidas podem ser regulamentadas e não o Governador ou o Prefeito da cidade, que é quem entende muito mais dos problemas de sua comunidade.
Por isso, grande parte das propostas não passam de sonhos de uma manhã de inverno...
Embora legítima a preocupação de alguns, a certeza de que os sedutores holofotes da mídia e os tentáculos perniciosos do poder não pautam a atuação de valorosos oficiais traz à tona um sentimento já esquecido pela população do Rio de Janeiro à questão da Segurança Pública: a esperança.
Olá, Mário Sérgio
Sou repórter do Estadão na área de segurança. Gostaria de conversar com você. Podes me mandar um email ou me ligar?
tahiane.stochero@grupoestado.com.br
11-9182-3940
obrigada
Tahiane
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