Vamos reconhecer: as dores, os problemas, os dilemas, as necessidades dos Policiais Militares, isso não é do interesse de ninguém, não é mesmo?
Não dá IBOPE!!!
O que fomenta a curiosidade, a vontade de “ficar por dentro”, de saber de detalhes são aquelas situações desqualificadoras, destrutivas da imagem individual - de quem se fala - e da imagem coletiva da PM.
Ora, vamos ser francos, é assim não é? Estou exagerando?
Não, não estou não, querem ver?
Vou dar um exemplo; vai ser um só, mas emblemático.
No último dia nove, a Fundação Oswaldo Cruz fez o lançamento do livro Servir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares, do Rio de Janeiro, como anunciei aqui.
Fui ao lançamento. Uma festa bonita, com a PM homenageada.
O livro resultou de uma investigação sociológica realizada entre 2005 e 2007, na Corporação, com autorização do Comando Geral.
Por se tratar da “PM falando”, ou seja, seus Oficiais e Praças dizendo de suas dificuldades, seus dramas, eu mesmo cheguei a compartilhar um certo otimismo com as cientistas do CLAVES, com as quais mantive contato todo tempo. Achávamos que o lançamento receberia a atenção mesmo da mídia engajada, aquela que simula isenção para não parecer militante anti-Estado; afinal, era um trabalho inovador. Nunca cientistas de humanidades haviam se aproximado de nossa Corporação para auscultá-la dessa forma.
Verdade que a FIOCRUZ havia tentado, ainda no início da década, realizar a pesquisa, mas a PM se recusara com receio de ver suas tripas (sociais) à mostra.
Querem saber, eu teria feito o mesmo.
Eu não conhecia a FIOCRUZ até 2005, para além da visão do seu “Castelinho” e da história da “Revolta da Vacina”, ou seja: eu conhecia um pouco sobre a história do homem que propiciara uma rebelião popular no Rio de Janeiro, há um século, porque a população preferira acreditar nas “notícias”, no senso comum, nos mitos, nas historinhas, nos boatos e não nas ciências. Eu sabia algo sobre o homem que dera o nome à fundação e tinha gravada na memória a imagem do prédio histórico da FIOCRUZ.
Eu negaria também a pesquisa como fora negada a primeira vez.
Para nossa sorte, o Comandante Geral a autorizou em 2005, e ela foi realizada.
Não só nós, PM, ela pesquisou, mas à PCERJ, no que resultou o “Missão Investigar”; isso alguns anos antes.
Mas, voltando, a mídia foi avisada, convidada, convocada, chamada, requisitada para o lançamento com direito a coquetel e tudo e só vi por lá a TV Brasil.
É verdade que o “Estadão” “mandou ver” e fez uma matéria superextensa sobre o livro.
Mas, e nossos jornais?
Nada.
E nossos blogueiros profissionais de polícia?
Nada
Vasculhei os blogs. Procurei com cuidado. Vi com calma. Revi.
Nada, nenhum blog falou do livro, da pesquisa, dos resultados. Uma mísera linha.
Mas procurem ler neles as coisas ruins!Ou aquelas com as quais podem mobilizar a opinião pública contra a instituição.
Procurem a notícia da absolvição do PM do 6º BPM. Vejam o que está escrito.
Procurem postagens relacionando as comemorações dos sessenta anos da declaração dos direitos humanos, com ações de PMs violando direitos humanos (sem referência às violações que os PMs sofrem, é lógico).
Procurem notícias sobre a morte do ex-PM/ex-marido-global. Vejam o que falam. Vejam quantas informações, quantos comentários de leitores.
Vejam quantas informações sobre a ação da PM por ocasião da “rememoração” do AI-5.
Não dá IBOPE!!!
O que fomenta a curiosidade, a vontade de “ficar por dentro”, de saber de detalhes são aquelas situações desqualificadoras, destrutivas da imagem individual - de quem se fala - e da imagem coletiva da PM.
Ora, vamos ser francos, é assim não é? Estou exagerando?
Não, não estou não, querem ver?
Vou dar um exemplo; vai ser um só, mas emblemático.
No último dia nove, a Fundação Oswaldo Cruz fez o lançamento do livro Servir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares, do Rio de Janeiro, como anunciei aqui.
Fui ao lançamento. Uma festa bonita, com a PM homenageada.
O livro resultou de uma investigação sociológica realizada entre 2005 e 2007, na Corporação, com autorização do Comando Geral.
Por se tratar da “PM falando”, ou seja, seus Oficiais e Praças dizendo de suas dificuldades, seus dramas, eu mesmo cheguei a compartilhar um certo otimismo com as cientistas do CLAVES, com as quais mantive contato todo tempo. Achávamos que o lançamento receberia a atenção mesmo da mídia engajada, aquela que simula isenção para não parecer militante anti-Estado; afinal, era um trabalho inovador. Nunca cientistas de humanidades haviam se aproximado de nossa Corporação para auscultá-la dessa forma.
Verdade que a FIOCRUZ havia tentado, ainda no início da década, realizar a pesquisa, mas a PM se recusara com receio de ver suas tripas (sociais) à mostra.
Querem saber, eu teria feito o mesmo.
Eu não conhecia a FIOCRUZ até 2005, para além da visão do seu “Castelinho” e da história da “Revolta da Vacina”, ou seja: eu conhecia um pouco sobre a história do homem que propiciara uma rebelião popular no Rio de Janeiro, há um século, porque a população preferira acreditar nas “notícias”, no senso comum, nos mitos, nas historinhas, nos boatos e não nas ciências. Eu sabia algo sobre o homem que dera o nome à fundação e tinha gravada na memória a imagem do prédio histórico da FIOCRUZ.
Eu negaria também a pesquisa como fora negada a primeira vez.
Para nossa sorte, o Comandante Geral a autorizou em 2005, e ela foi realizada.
Não só nós, PM, ela pesquisou, mas à PCERJ, no que resultou o “Missão Investigar”; isso alguns anos antes.
Mas, voltando, a mídia foi avisada, convidada, convocada, chamada, requisitada para o lançamento com direito a coquetel e tudo e só vi por lá a TV Brasil.
É verdade que o “Estadão” “mandou ver” e fez uma matéria superextensa sobre o livro.
Mas, e nossos jornais?
Nada.
E nossos blogueiros profissionais de polícia?
Nada
Vasculhei os blogs. Procurei com cuidado. Vi com calma. Revi.
Nada, nenhum blog falou do livro, da pesquisa, dos resultados. Uma mísera linha.
Mas procurem ler neles as coisas ruins!Ou aquelas com as quais podem mobilizar a opinião pública contra a instituição.
Procurem a notícia da absolvição do PM do 6º BPM. Vejam o que está escrito.
Procurem postagens relacionando as comemorações dos sessenta anos da declaração dos direitos humanos, com ações de PMs violando direitos humanos (sem referência às violações que os PMs sofrem, é lógico).
Procurem notícias sobre a morte do ex-PM/ex-marido-global. Vejam o que falam. Vejam quantas informações, quantos comentários de leitores.
Vejam quantas informações sobre a ação da PM por ocasião da “rememoração” do AI-5.
Vejam se não vão encontrar nos blogs pelo menos uma noticiazinha que exiba um PM fazendo algo errado, qualquer uma que seja, a “ca....dinha” da semana, que possa reforçar o coro Hay PM? Soy contra, mesmo que o PM tenha recebido o necessário látego da lei.
Mas, sobre o livro, sobre a pesquisa, sobre o PM e seu ser-sacrifício, ser-incompreensão, seu ser-mágoa, seu ser-indignação, não, sobre isso: SILÊNCIO.
Perdôo um jornalista blogueiro: Gustavo de Almeida.
Perdôo o Gustavo porque estou certo de que não foi por indiferença. Ele agora está numa revista e as revistas não receberam resumos executivos da obra, até onde sei. E também ele não está obrigado a ler meu blog, onde poderia encontrar a notícia sobre o lançamento da obra.
Os jornais, todavia, sabiam e os blogs profissionais por certo.
Os “blogs profissionais de segurança e polícia”, embotados na vontade de servir seus leitores com “sangue de aroma agradável” dos PMs cujas reputações caçam, implacavelmente, e sacrificam ao seu público como rituais religiosos ultrapassados, mas redivivos, fizeram ouvidos moucos às nossas súplicas.
Não importa.
Sigamos em frente procurando fazer o melhor; mesmo caindo, levantando e pagando por cada erro.
Mas, sobre o livro, sobre a pesquisa, sobre o PM e seu ser-sacrifício, ser-incompreensão, seu ser-mágoa, seu ser-indignação, não, sobre isso: SILÊNCIO.
Perdôo um jornalista blogueiro: Gustavo de Almeida.
Perdôo o Gustavo porque estou certo de que não foi por indiferença. Ele agora está numa revista e as revistas não receberam resumos executivos da obra, até onde sei. E também ele não está obrigado a ler meu blog, onde poderia encontrar a notícia sobre o lançamento da obra.
Os jornais, todavia, sabiam e os blogs profissionais por certo.
Os “blogs profissionais de segurança e polícia”, embotados na vontade de servir seus leitores com “sangue de aroma agradável” dos PMs cujas reputações caçam, implacavelmente, e sacrificam ao seu público como rituais religiosos ultrapassados, mas redivivos, fizeram ouvidos moucos às nossas súplicas.
Não importa.
Sigamos em frente procurando fazer o melhor; mesmo caindo, levantando e pagando por cada erro.
Somos uma Corporação de Bravos.
8 comentários:
Caro Cel. Mário Sérgio,
Eu estava no Rio no dia 09, li o seu "blog" e tive muita vontade de ir ao lançamento do livro, mas um compromisso me impediu, e não havia como adiá-lo. Lamento não ter podido ir lá, até porque teria oportunidade de cumprimentá-lo pessoalmente pelos seus esforços e rara lucidez, que tanto admiro.
Faço questão de ter o livro. Vou ao Rio com freqüência, mas fico pouco tempo e não tenho conseguido passear em livrarias. Por isso, peço que não esqueça de informar onde o livro está sendo vendido. Pretendo fazer um pequeno estoque para presentear uns amigos inteligentes.
Se o "Estadão" "mandou ver", já é um bom começo. Veremos se os "silenciosos" continuarão fingindo ignorância e atestando a sua má-fé. Independentemente deles, a propaganda de boca ainda é das mais eficientes.
Um abraço fraterno,
Milena
Olá Cel
Postei no seu outro blog um pedido para o Senhor dos endereços de venda do livro Missão Servir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares e se possível, o preço.
Aguardo um resposta do Senhor.
Um abraço e tudo de bom.
Nas lojas da "Saraiva" o livro está à venda.
Vou procurar saber se em outras também.
Grande Mário Sérgio, um bom puxão de orelha!
Os blogs profissionais são, tão somente, colunas de jornais online, e a nomeclatura, creio que sirva para tentar atualizar a desgastada imprensa que cada vez menos controla a informação neste país.
Falo eu da parte dos blogs amadores. Pois sou amador em tudo que faço, e faço porque gosto. Não sou especialista em segurança pública, em verdade quase nada devo entender do assunto, já que apenas trabalho com isso. Da mesma forma, sustento o blog nas horas vagas.
Li hoje o post sobre o lançamento do livro. Fantástico. Deve ser.
O Missão Investigar consegui adquirir somente ha pouco tempo, livro difícil de encontrar. 3 meses para ser exato. Não li ainda uma página que seja, pois não quero dispersar a mente com assuntos diversos dos estudos necessários para passar em outro concurso policial, que não seja o deste estado. Pois aí está o drama, não quero abandonar a profissão, mas ser policial no Rio de Janeiro não é digno. Quero os dois, ser policial e ter dignidade.
Venho adiando todo este tempo, tanto a leitura, quanto a postagem de artigos que, certamente, vão brotar após a leitura do livro. Livro este que tem um pouco de mim, já que respondi ao questionário de pesquisa na época.
Mais um livro do gênero, agora sobre os PPMM, que certamente virá para minha estante, mas aguardará para ser lido em melhor oportunidade. Justamente por ser este um assunto que captura todo o pensamento, monopoliza o raciocínio.
Enfim, merece sim divulgação, este lançamento de suma importância. Mas não espero que você amigo, se iluda, achando que quem entende se segurança pública vai querer ler, ou mesmo se importar com o que passa o profissional. Eles já sabem tudo que precisam saber, o que pensamos, o que passamos, é mero detalhe. Não será isso que fará com que os poliçólogos e segurançólogos reflitam. Nem tampouco influenciará para que o governo do Rio, há mais de uma década nas mesmas mãos enlameadas, seja menos hipócrita, menos injusto, menos prepotente.
Mas brindo seu entusiasmo; sentimento que já quase não possuo quando paro para pensar; emoção que divido com um sem números de profissionais da área, e que reflete o caos em que vivemos.
Fico por aqui, pois comentários são só para comentar, e já me vejo divagando. Grande abraço.
Eduardo.
Caríssimo Cel., "VERBAE TUAE PATIONES ET VERITATES SUNT"
EL CURA PEREZ
É VERDADE!
Não tem nada mesmo não. Nem o repórter de crime, nem o Casos de Polícia, nadica de nada.
Pau nesses pilantras!!!
Pau nesses cretinos!!!!
"Atendento a pedidos"...
Caro Cel. o Repórter de Crime acaba de postar sobre o livro.
Forte abraço.
http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/reporterdecrime/post.asp?t=leitora-questiona-quem-se-preocupa-com-saude-de-pms&cod_Post=155715&a=135
CAMPANHA: EQUIPARAÇÃO SALARIAL COM A PMDF PEC-300
Caros colegas militares, essa é a hora de usarmos nossa arma maior: A PRESSÃO. As eleições federais estão vindo ai e os deputados e senadores vão se sentir na obrigação de atentar para as solicitações do eleitores.
"Animai-vos irmãos policias que está para chegar o tempo feliz da nossa Dignidade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais." (Adaptado da Conjuração Baiana)
Esta havendo uma campanha nacional, para que todos os policiais militares de todos os estados brasileiros venham a pressionar os deputados e ou senadores na votação da PEC 300, QUE VERSA SOBRE A EQUIPARAÇÃO DOS SALÁRIOS DAS POLICIAS E BOMBEIROS ESTADUAIS COM A PM DO DISTRITO FEDERAL.
Não estamos pedindo nada de mais, a não ser que vocês encaminhem através do link abaixo para TODOS os deputados uma solicitação de apoio.
http://www2.camara.gov.br/popular/falecomdeputado.html
Na guia -você deseja-, mude para solicitar
Na guia -Nome do Deputado-, mude para TODOS, clicando na barra de
rolagem e indo para o último nome.
Pensem aí: se 70% ou 80% dos policiais e bombeiros militares brasileiros fizerem isso? Eles (os deputados) se sentirão pressionado a votarem a favor de nós. Faça a sua parte companheiro! Vamos à luta!!
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