O Centro Latino-Americano de Estudos da violência e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz – CLAVES/FIOCRUZ – lança hoje, às 19:00h, no Espaço Rio-Carioca, Rua das Laranjeiras, 307, o livro Missão Servir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares, resultado de um profundo estudo realizado na nossa PMERJ entre os anos de 2005 e 2007.
Por essas coisas do destino, eu estava no comando do 22º BPM quando fui informado sobre a pesquisa e que minha Unidade seria uma das pesquisadas.
Confesso que fiquei receoso. Até então todo meu contato pessoal com o “mundo das ciências sociais” estava restrito à pós-graduação que fizera na UFF, em 2003, para atendimento ao Curso Superior de Polícia, e, seguramente, não fora um contato dos melhores, pelo menos no início: o relativismo epistêmico radical, espécie de verdade protocolar inerente àquela comunidade científica, me causara uma impressão melancólica, impelindo-me a entendê-la uma ciência de axiologia pendular.
Mas, eu já estava dois anos mais velho e menos disposto a polêmicas emocionais. Recebi o CLAVES sem receios e facilitei o seu trabalho como pude, atendendo não apenas as ordens superiores, mas satisfeito e com uma certa intuição de que o resultado final seria muito importante para nossa amada PMERJ.
Agora, em 2008, fiquei novamente envolvido com o trabalho; desta vez como consultor da pesquisa, a convite do CLAVES.
A professora doutora Cecília Minayo, responsável pela obra, me presenteou com a “orelha”. O Capitão Paulo Roberto Storani Botelho, Mestre em Antropologia e Caveira da bicentenária, fez o prefácio.
De minha parte posso garantir que NÃO HÁ NADA NA OBRA QUE DESMEREÇA A PM E SEUS INTEGRANTES, OU SEJA, NÓS MESMOS!
Por essas coisas do destino, eu estava no comando do 22º BPM quando fui informado sobre a pesquisa e que minha Unidade seria uma das pesquisadas.
Confesso que fiquei receoso. Até então todo meu contato pessoal com o “mundo das ciências sociais” estava restrito à pós-graduação que fizera na UFF, em 2003, para atendimento ao Curso Superior de Polícia, e, seguramente, não fora um contato dos melhores, pelo menos no início: o relativismo epistêmico radical, espécie de verdade protocolar inerente àquela comunidade científica, me causara uma impressão melancólica, impelindo-me a entendê-la uma ciência de axiologia pendular.
Mas, eu já estava dois anos mais velho e menos disposto a polêmicas emocionais. Recebi o CLAVES sem receios e facilitei o seu trabalho como pude, atendendo não apenas as ordens superiores, mas satisfeito e com uma certa intuição de que o resultado final seria muito importante para nossa amada PMERJ.
Agora, em 2008, fiquei novamente envolvido com o trabalho; desta vez como consultor da pesquisa, a convite do CLAVES.
A professora doutora Cecília Minayo, responsável pela obra, me presenteou com a “orelha”. O Capitão Paulo Roberto Storani Botelho, Mestre em Antropologia e Caveira da bicentenária, fez o prefácio.
De minha parte posso garantir que NÃO HÁ NADA NA OBRA QUE DESMEREÇA A PM E SEUS INTEGRANTES, OU SEJA, NÓS MESMOS!
Ela só nos revela nossa humanitude.
Ficam aqui minhas congratulações e agradecimentos à socióloga Maria Cecília Minayo e às psicólogas Ednilsa Souza e Patrícia Constantino, de sua equipe, pelo trabalho grandioso que realizaram com persistência incomum e qualidade inigualável.
Abaixo transcrevo a “orelha” do livro:
Ficam aqui minhas congratulações e agradecimentos à socióloga Maria Cecília Minayo e às psicólogas Ednilsa Souza e Patrícia Constantino, de sua equipe, pelo trabalho grandioso que realizaram com persistência incomum e qualidade inigualável.
Abaixo transcrevo a “orelha” do livro:
O difícil diálogo entre as ciências sociais e as corporações policiais parece advir, prevalecentemente, de preconceitos cultivados nos círculos restritos dos “maiorais” dessas atividades e vão, muito lentamente, se esvaecendo, na medida em que o tempo avança em benefício da concórdia e tolerância que integram a idéia do bem.
Invoco a sucessão de momentos e fatos nomeando-os aqui por tempo, na consideração que é esse o grande facilitador do aperto de mão respeitoso que abre espaço para o abraço fraterno entre entidades outrora em conflito, quando se punham em campos antagônicos que as ideologias constroem e limitam, com linhas demarcatórias do exclusivismo da verdade.
Menos por produção de saberes conflituosos, e mais pela posição que ocuparam no contexto político e social dos tempos de força e intolerância, vencidas há pouco mais de vinte anos, policiais e cientistas de humanidades, principalmente, permitiram-se alimentar com ressentimentos que lhes obliteravam a razão, mas que não sobreviveram à ação do tempo e seus benefícios.
A seu turno, a democracia plena restabelecida em nosso país, que, como um ensinamento de Gandhi “nos permite ver a outra face da realidade e a não acusar adversários de idéias como inimigos apenas por não partilharem do nosso critério”, cumpriu seu papel de mediadora espiritual dos conflitos entre diferentes legítimos.
Foi, e é, essa democracia que trazemos em nossa alma como uma secreta desconfiança de um valor universal, a porta mágica que tem permitido, justamente, a pluralidade e a relativização das verdades defendidas por cada um, a partir de suas subjetividades.
Quando as ciências humanas se aproximam das polícias e dos policiais com claros sinais de boa vontade e respeito às suas existências, abrem portas, conquistam corações e mantêm intacta sua credibilidade pela manutenção dos métodos e critérios científicos que lhes norteiam o caminho da isenção e do rigor, fazendo com que todos ganhem: - É o bem comum - costuma-se dizer.
Assim, vejo este profundo, sistemático e vigoroso estudo científico realizado por pesquisadores da maior seriedade e competência, esses produtores do conhecimento na inigualável Fundação Oswaldo Cruz, sob a batuta da respeitadíssima doutora Maria Cecília de Souza Minayo, como um grande abraço na família Policial Militar. Ao auscultar o corpo social da nossa amada Instituição, descobrindo e revelando-nos nossas patologias físicas e psíquicas, conseqüência de um cotidiano de muitas lutas, a Ciência nos envolve num amplexo que afasta qualquer receio.
A presente pesquisa intitulada Missão Prevenir e Proteger que perscruta as condições de vida, trabalho e saúde dos Policiais Militares do Rio de Janeiro, realizada por: Maria Cecília de Souza Minayo, Ednilza Ramos de Souza, Patrícia Constantino, Simone Gonçalves de Assis, Adalgisa Peixoto Ribeiro, Mirian Schenker, Liane Maria Braga da Silveira, Cleber Nascimento do Carmo, Thiago de Oliveira Pires, com apoio técnico de Marcelo da Cunha Pereira e normalização bibliográfica de Danúzia da Rocha Paula é, para a Ciência, uma nova e preciosa fonte de conhecimento e referência; para a PMERJ, uma messe de esperança e uma oração para seus aflitos.
Invoco a sucessão de momentos e fatos nomeando-os aqui por tempo, na consideração que é esse o grande facilitador do aperto de mão respeitoso que abre espaço para o abraço fraterno entre entidades outrora em conflito, quando se punham em campos antagônicos que as ideologias constroem e limitam, com linhas demarcatórias do exclusivismo da verdade.
Menos por produção de saberes conflituosos, e mais pela posição que ocuparam no contexto político e social dos tempos de força e intolerância, vencidas há pouco mais de vinte anos, policiais e cientistas de humanidades, principalmente, permitiram-se alimentar com ressentimentos que lhes obliteravam a razão, mas que não sobreviveram à ação do tempo e seus benefícios.
A seu turno, a democracia plena restabelecida em nosso país, que, como um ensinamento de Gandhi “nos permite ver a outra face da realidade e a não acusar adversários de idéias como inimigos apenas por não partilharem do nosso critério”, cumpriu seu papel de mediadora espiritual dos conflitos entre diferentes legítimos.
Foi, e é, essa democracia que trazemos em nossa alma como uma secreta desconfiança de um valor universal, a porta mágica que tem permitido, justamente, a pluralidade e a relativização das verdades defendidas por cada um, a partir de suas subjetividades.
Quando as ciências humanas se aproximam das polícias e dos policiais com claros sinais de boa vontade e respeito às suas existências, abrem portas, conquistam corações e mantêm intacta sua credibilidade pela manutenção dos métodos e critérios científicos que lhes norteiam o caminho da isenção e do rigor, fazendo com que todos ganhem: - É o bem comum - costuma-se dizer.
Assim, vejo este profundo, sistemático e vigoroso estudo científico realizado por pesquisadores da maior seriedade e competência, esses produtores do conhecimento na inigualável Fundação Oswaldo Cruz, sob a batuta da respeitadíssima doutora Maria Cecília de Souza Minayo, como um grande abraço na família Policial Militar. Ao auscultar o corpo social da nossa amada Instituição, descobrindo e revelando-nos nossas patologias físicas e psíquicas, conseqüência de um cotidiano de muitas lutas, a Ciência nos envolve num amplexo que afasta qualquer receio.
A presente pesquisa intitulada Missão Prevenir e Proteger que perscruta as condições de vida, trabalho e saúde dos Policiais Militares do Rio de Janeiro, realizada por: Maria Cecília de Souza Minayo, Ednilza Ramos de Souza, Patrícia Constantino, Simone Gonçalves de Assis, Adalgisa Peixoto Ribeiro, Mirian Schenker, Liane Maria Braga da Silveira, Cleber Nascimento do Carmo, Thiago de Oliveira Pires, com apoio técnico de Marcelo da Cunha Pereira e normalização bibliográfica de Danúzia da Rocha Paula é, para a Ciência, uma nova e preciosa fonte de conhecimento e referência; para a PMERJ, uma messe de esperança e uma oração para seus aflitos.
Mário Sérgio de Brito Duarte
Coronel do Quadro de Combatentes, da PMERJ
Coronel do Quadro de Combatentes, da PMERJ
10 comentários:
A PM não se manifestou. Vai passar em branco.
Quem quer saber dos problemas do policial militar?
Eu digo que só cientista mesmo porque na briosa só tem cobrança.
O livro está a venda?
Sim, já está à venda. Vou procurar saber com a FIOCRUZ os endereços de onde está sendo vendido.
...e, complementando, não penso assim. Creio o contrário.
Na verdade só quem pensa no PM é a PM. Os cientistas, principalmente os "cientistas de humanidades", até então só nos haviam procurado para produzir algo que nos execrasse. A maioria de suas produções seguiu o caminho indicado por suas bússolas ideológicas; e, aí, sempre nos buscando desqualificar.
A FIOCRUZ abre com seu trabalho uma nova frente, daí e um aplaudi-la e apoiá-la.
Cel Mário Sérgio:
Quero acreditar que estejamos ingressando , ou criando, uma nova era para a PM. Não muito distante, o então jurista Álvaro Lazarini, uma das nossas maiores expressões jurídicas da área militar, certa feita, afirmou: "A PM na verdade, é quem DE FATO garante a Segurança Pública de um Estado ".
Vemos diariamente, o "massacre midiático" em torno da briosa. São recalques ad eternum , que mesmo demonstrando tamanha tacanhez, não vêm que existe um povo clamando diuturnamente por justiça. Somente agora, as pessoas estão sabendo das condições de vida e profissional que passam (sobrevivem ), os policiais. Se nós, enquanto sociedade, não unirmos forças para fortalecer EM TODOS OS SENTIDOS a NOSSA PMERJ, estaremos todos , cada vez mais,contribuindo para o seu enfraquecimento. Então, como disse Vandré: " Quem sabe faz a hora, não espera acontecer ".
FORÇA RIO DE JANEIRO! FORÇA PMERJ! URRA!!!
Concordo. A PMERJ tem sido o grande sustentáculo do Estado do Rio de Janeiro.
Não diminuo com este julgamento os outros serviços públicos, como a Educação e a Saúde, ao colocar nossa Corporação no topo.
Sabemos que todos suam seus corpos para fazer o melhor, com tão pouco.
Mas a PM não só sua, ela, e aí incluo a PCERJ, sangra nas ruas do Rio de Janeiro.
O mundo acadêmico sempre desprezou isso. Fez ouvidos moucos para nossa realidade pessoal.
A FIOCRUZ, histórica e inaguálavel em sua ciência no nosso país, nos brinda com esa pesquisa que vai calar a boca de muitos e abrir o coração de outros tantos.
Um grande viva a nossa PMERJ!
A verdadeira primeira polícia.
Olá Cel
Estamos esperando pelos endereços de venda do livro e se possível, o preço. Será que o Senhor poderia disponibilizá-los?
Um abraço e tudo de bom.
O livro pode ser encontrado nas livrarias distribuidoras da Editora Fiocruz. Abaixo estão algumas delas:
Livraria da Editora Fiocruz (L)
Av. Brasil 4365 Manguinhos
Prédio da Biblioteca Central de Manguinhos
Telefax: (21) 2560-3537
Abrasco Livros (L)
Rua Leopoldo Bulhões 1480 térreo Manguinhos
Telefax: (21) 2590-2073
Eldorado Sudeste Comércio de Livros Ltda. (D)
Rua Miguel Fernandes 159 Méier
Tel.: (21) 2218-4969
Livraria da Editora da Univ. Estadual do Rio de Janeiro (L)
Rua São Francisco Xavier 524 térreo Maracanã
Tes.: (21) 2587-7788 e 2587-7787
Editora da Universidade Federal Fluminense (L)
Rua Miguel de Frias 9 Icaraí
Tels.: (21) 2629-5294
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (L)
Av. Beira Mar 216 13o andar
Tel.: (21) 2210-3221 ramal 218
O valor é 42,00
Aproveitem para conhecer!
Cel Mário Sérgio : estou encantado com o livro da profa. Minayo . Ela , realmente , '' pescou '' o espírito da coisa ! A autora afirma que o plano de curso da APM está focalizado na legislação brasileira . Óbvio . Não há polícia que não deve se ater aos estritos ditames legais . E faz uma crítica : '' ... concluímos que o tema tem sido ensinado de forma legalista , empírica e reificada . '' O que pensa a respeito ? Um forte abraço , Prof . Nogueira , direito penal , APM D. João VI .
Professor, respondo amanhã com prazer.
Uma honra tê-lo aqui.
Abraços
Boa noite, CMT Mário Sérgio! Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelas mudanças e inovações feitas na nossa corporação. Gostaria de aproveitar a oportunidade também para perguntar ao senhor qual seu ponto de vista a respeito das denúncias feitas no blog Praças da PMERJ, pois para nós praças que não concordamos com esses tipos de atitudes é importante saber se providências serão tomadas.
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