quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

'Bandido que não tem medo ainda não conheceu o Bope'

O texto abaixo foi publicado em 17 de Outubro de 2007, no jornal Estado de São Paulo, o "Estadão".

Trata-se de uma entrevista que concedi à jornalista Tahiane Stochero, que, aliás, reproduziu muito bem o que eu disse.

Coloco-o aqui por postagem, pois creio que possa servir à reflexão sobre o processo de pacificação que propomos ao Rio de Janeiro, pela descontrução das estruturas de poder do narcotráfico e sua ideologia de escravização e subjugação, com destaque para o papel do BOPE.

O artigo pode ser lido diretamente no jornal Web do Estadão, clicando-se no Título.



Tahiane Stochero, do estadao.com.br

"Quem tem que ter respeito pelo Bope é a população de bem. O criminoso tem que ter medo, muito medo. Bandido que não tem medo é porque ainda não conheceu o Bope. Quando ele conhecer, com certeza vai sentir medo. Por que? Porque ele vai perceber que a lei chegou para ele". A frase é do tenente-coronel Mário Sérgio Brito Duarte, ex-comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que está há 25 anos na Polícia Militar do Rio de Janeiro e entregou o comando da tropa de elite fluminense em janeiro deste ano.


Trecho da entrevista do ex-comandante do Bope



Para Mário Sérgio, o que faz o Bope ser considerado a melhor tropa de forças especiais de todo o mundo é o binômio treinamento e confronto. Segundo ele, o treinamento "é duríssimo, como qualquer treinamento de forças especiais do mundo todo, colocando o aluno em teste e em situações inusitadas o tempo inteiro, para que vejamos qual é o seu comportamento", como retratado no filme Tropa de Elite, em cartaz nos cinemas do país.


"O Brasil tem excelentes tropas de forças especiais em todos Estados e a própria tropa de forças especiais das Forças Armadas, que atuou no Haiti, é muito boa. A nossa diferença é que estamos em combate diariamente. Pode existir alguma tropa que treine tanto quanto o Bope. Mas há alguma dúvida de que a os forças especiais de polícia que mais atuam no mundo sejam os do Bope? Isso, com certeza, não tem. Nenhuma tropa de operações especiais em lugar nenhum. E é esse nosso diferencial. Entramos tanto em combate que vamos produzindo conhecimento e desenvolvendo novas técnicas. Aí a gente transforma tudo isso em guerra", explica o ex-comandante.




Tortura: 'Tudo pode acontecer. Mas não como regra, como exceção'



O coronel critica o filme de José Padilha, dizendo que ele é uma "caricatura irreal" do treinamento e que aborda a questão da tortura como sendo a essência do Bope, o que, segundo ele, "é uma farsa, uma covardia contra a instituição".


"As pessoas acham que o Bope age como mostra o filme, aquela tortura abjeta, o comportamento de violações, imolações, que aquilo ali é o comportamento padrão, a essência da unidade. Isso é uma mentira, uma farsa. É o que vai fazer vender alguma coisa. As pessoas gostam do mórbido, da violência pela violência. O autor optou pelo horror do filme, mas é uma farsa dizer que o Bope é assim como instituição. Esta coisa de você denunciar alguma coisa e ficar rico com a denúncia tem algo muito errado. Há uma dimensão ética nisso", defende ele.


No entanto, Mário Sérgio admite que as cenas de tortura mostradas no filme podem acontecer.


"Tudo pode acontecer, mas como acidente, e não como essência. Não como regra, mas como exceção, e burlando os dispositivos de controle. Sou contra tortura, e empalação é tortura. Há cena no filme do cabo de vassoura para simular isso. O filme está tentando disser que isso é uma prática rotineira do Bope, e não é".




Seleção e treinamento colocam aluno em teste, como no filme


O ex-comandante conta que o treinamento do Bope coloca o aluno em situações inusitadas o tempo inteiro, testando-o para observar o seu comportamento e reação em relação à sobrevivência individual e à do grupo.


"A gente dá o limão, a limonada quem faz é o aluno. Aquela cena da comida no chão no filme, as pessoas pensam que é para sacanear o aluno. Tem que entender que tem algo por trás. O treinamento é duro, é um teste de resistência. Mas tem que entender que isso tem um porquê no contexto da preparação. Ele vai entrar em confronto o tempo inteiro, deve estar pronto para tudo", explica Mário Sérgio.


A diferença entre o PM comum e o do Bope começa na decisão de ser forças especiais. Após uma bateria de exames físicos e psicológicos, o candidato tem toda a sua vida profissional e civil vasculhada. Os que sobram passam por dois cursos: um mês de treinamento de Operações Táticas, para, em seguida, fazer o curso de Operações Especiais, com duração de três meses e uma semana. De 400 candidatos, sobram 15. Neste mês, o Bope começou uma nova seleção: de 600 policiais, Mário Sérgio diz que devem restar menos de 20 no final.


"O homem do Bope tem que ter uma capacidade psíquica e física de ser forças especiais. Aquele instinto caveira no coração, de querer lutar até o fim. Ele sabe que ele está sempre nas piores condições possíveis de combate. Eles são homens de coragem com capacidade de enfrentar o crime. O diferencial está no amor pelo que faz, pela preparação extenuante, que esgota, que leva aos últimos limites do corpo e da mente. A partir de então, ele vai estar em uma guerra constante. E quando ele não está combatendo, está treinando", diz o coronel.




Rio pretende colocar polícia nos morros após "pacificação"



Atuando atualmente como superintendente da secretaria de segurança do Rio, Mário Sérgio é um dos homens que pensam a segurança pública do Estado. Ele diz que o governo atual resolveu enfrentar o tráfico, após anos de total inação das autoridades públicas, e que pretende colocar uma polícia permanente nos morros após a "pacificação".


"Nós vamos pacificar o Rio. Mas não vai ser com passeata e roupa branca. Isso fazemos há 20 anos e não dá em nada. E também fazer o que fazíamos até há pouco tempo atrás, de uma polícia invasiva, que só entra no local onde existe forte influência do narcotráfico e depois sai. O que tem que fazer é erradicar o narcotráfico de suas posições e junto, ou logo em seguida, entrar com forte apelo de melhoria da qualidade de vida e infra-estrutura social, o que vai ser feito com o PAC. A população precisa enxergar que é possível ter inclusão social e melhoria na qualidade de vida sem o apelo do narcotráfico".


O coronel compara a situação nos morros cariocas à ação do Exército no Haiti, dizendo que "não adianta pacificar uma favela e colocar um efetivo permanente lá se, de alguma maneira, o Estado não propiciar melhores condições de vida à população. É como no Haiti, não adianta pacificar se não houver melhoria no país. Porque um dia as Forças Armadas vão sair e volta toda a situação de barbárie que estava".


As gangues cariocas comparam-se a pequenas frações do Exército, diz Mário Sérgio, que fazem patrulhas para defenderem sua área de atuação e expandirem seu território. "Há nos grupos, além do objetivo do comércio de drogas, uma autofagia, um sentimento de pertencimento de grupo, de identidade. A cada instante surgem novas frações do grupos que introjetaram a expressão guerra, e agora nós estamos nesta guerra e fazendo o tráfico recuar".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ao Complexo do Alemão, o nosso amplexo

O artigo abaixo foi publicado no jornal O Globo no dia 26/09/2007 com o título Liberdade para o Alemão.
Eu o escrevi após uma ação conjunta da PM com a Polícia Civil, que resultou na morte de 19 criminosos da facção comando vermelho.


Liberdade para o Alemão


Nos últimos vinte anos a escalada da violência perpetrada por criminosos envolvidos com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, tem preocupado tanto o cidadão comum, quanto estudiosos, governantes, jornalistas e agentes da lei.


Os efeitos do descontrole histórico da segurança pública são tão dramáticos, que já não podemos dizê-los próprios de tal campo.


Uma observação atenta ao que tem se passado em nosso Estado, com destaque para as áreas onde estão localizadas as favelas, irá revelar que a evolução do medo abarca alguns vetores comuns aos “conflitos armados”, semelhantes aos ocorridos em países e territórios envolvidos em guerras internas, com significativo número de mortos entre contendores e inocentes.


No caso carioca, cuja cidade até o início da década de oitenta ainda apresentava uma regular normalidade no seu aspecto segurança, uma combinação explosiva de fatores foi determinante para a proliferaçào de criminosos em nova faceta.


A vulgarização da cocaína, conquistando mercados nas camadas mais pobres da população, fermentada pela chegada dos fuzis e outras armas de guerra, promoveu, duplamente, grande lucro e poder para as quadrilhas que se formavam.


Em pouco tempo, desavenças internas nos bandos deram origem a dissensões e disputas por áreas rentáveis, ocasionando conflitos armados que exigiam pronta resposta dos organismos policiais, em defesa dos moradores, acuados entre o fogo cruzado dos marginais.


Entretanto, despreparadas e desautorizadas, as polícias nunca conseguiram empreender campanha efetiva para prevenção do caos que se avizinhava, concorrendo para que a segurança pública servisse muito mais como ingrediente para confeitos políticos sedutores em época de eleição, e não como objeto real das preocupações dos gestores, exercendo, assim, por inação, papel definitivo para transformá-la num macro-problema.


Por anos, seu enfrentamento, aceitando o desafio de desgastes e danos colaterais, foi postergado, e, um sem número de experimentos para controle da criminalidade foi testado a partir de fórmulas excêntricas, idealizadas por intelectuais ancorados em curiosa episteme sociológica, de tudo explicar pelas desigualdades sociais.


Assim, chegamos aos nossos dias mergulhados numa desordem aterradora, cuja solução só será possível pela realização de esforços conjugados dos poderes legais e legítimos, e da população, a partir de uma visão realista da gravidade da situação e dos ingredientes psicossociais que lhes compõe o quadro.


Primeiramente, é preciso reconhecer que os bandos possuem instrumentos de guerra, como fuzis, granadas e minas; também, que sabem se conduzir como pequenas frações de infantaria, o que inclui “conduta de patrulha”, evacuação de feridos e uso de radiocomunicação; que se estabelecem estrategicamente no terreno, dominando-o e mantendo o controle da população; que utilizam o terror como forma de intimidação, assassinando, fria e barbaramente policiais, adultos e crianças inocentes, imolando, esses últimos, em ônibus que incendeiam, com indiferença bestial.


Além disso, nos últimos anos desenvolveram uma odiosa identidade cultural que inclui: músicas louvando terroristas internacionais e seus feitos; assassínio - com tortura e secção de membros do corpo dos “inimigos”, ainda vivos, para alimentar animais famintos; homicídio de desafetos e “suspeitos” em pneus incendiados, macabramente apelidados por “micro-ondas”; uso de expressões, gestos e palavras provocativas com identidade de grupo, francamente reveladas pelos sites de socialização da internet, principalmente o Orkut, onde se exibem ao lado das cabeças decapitadas dos inimigos.

Sem dúvida, vivemos um conflito urbano armado.


É menos do que uma guerra convencional, mas é muito mais do que um simples quadro de ordem pública que possa ser tratado com instrumentos tradicionais.


Para enfrentá-lo, precisamos bem mais que aplicar modelos de policiamento ostensivo importados do exterior, pois não condizem com nossa realidade.

Se quisermos modificar, definitivamente, essa realidade, devemos aceitar o desafio sem receios, e libertar, ainda que com o “uso da espada”, a população das garras do crime, como estamos fazendo no Complexo do Alemão, livrando-a do horror.


Se quisermos ter a consciência tranqüila, livre do arrependimento comum aos que se escondem em falácias sedutoras, com as quais camuflam inépcia e incompetência, temos que ousar a liberdade, ainda que chorando a dor dos que ofereceram a própria carne ao encontro do aço, como fizeram os policiais que lá tombaram nesses últimos meses, regando com sangue e honra o solo, para a semeadura da paz.


O Complexo do Alemão será liberto. Ele pertence ao Rio. Ele pertence ao Brasil.


Mário Sérgio de Brito Duarte
Tenente Coronel PM
Ex-Comandante do BOPE

Publicado em em 29/06/07Caderno Opinião - O Globo

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sobre abortos e autos de resistência - Republicação

O texto abaixo é a republicação de uma antiga postagem.


Faço-a aqui outra vez, a pedido de uma leitora.


O objetivo é incitar uma reflexão filosófica.


Embora o assunto seja pauta política do momento, pouco acrescenta para minha decisão pessoal na escolha de um governante sabê-lo pró ou contra o aborto.


Convido também o leitor ao artigo imediatamente anterior que trata de fatos ligados ao filme TROPA DE ELITE 2.


Não há uma ligação temática entre ambos, mas faço o convite em razão das duas postagens terem entre si o curto lapso de tempo de um dia.



***



Há pouco mais de duas semanas a imprensa nacional deu grande destaque a uma questão de forte apelo emocional, que mobilizou a opinião pública e proporcionou ásperas discussões entre defensores de pontos de vistas antagônicos.

A questão a que me refiro e que me obrigou a contínuas reflexões, é aquela em que se viu multiplamente vitimada uma menina de nove anos, em Pernambuco, estuprada pelo padrasto do qual engravidou de gêmeos.

Num inventário bem simples do drama encontramos a subjugação física contínua da criança, a violação sexual supressora de um direito natural (a vivência sexual consoante à própria vontade e com atenção à sua prontidão psíquica e somática), o risco de uma gravidez sem a madureza necessária de seu organismo, o risco proveniente da intervenção cirúrgica para sua fertilidade (e até para sua vida), e, também, mas não por fim, pois encontraríamos outros prejuízos, a socialização do drama, o que, não raro potencializa a vitimização pelo desvelamento da identidade da vítima.

Basicamente o caso contrapôs a igreja católica, a ciência e o mundo jurídico.


Essa foi a parte mais visível da polêmica.


Essas foram as perspectivas mais perceptíveis à nossa sensibilidade reflexiva (estou nomeando assim à dimensão psíquica onde a massa de informações sobre o problema impressionou e promoveu reação ).

O problema contrapôs, mais evidentemente, as hipóteses de verdade em nome da crença, da episteme e da norma, todos falando a partir de um topos noetós: lugar privilegiado de conhecimento ora dogmático, ora positivista e ora legalista-normativo.

A igreja católica invocou o direito canônico, para embasar seus argumentos, acrescendo-lhes um repertório de considerações morais e éticas de sua exegese bíblica.


Sua tese fundamental, salvo engano, era a de que duas vidas seriam sacrificadas no aborto e esta seria uma situação irremediável.


Alegou que os avanços da medicina são de tal ordem que a gravidez, mesmo de risco, não selava a morte da menina grávida e que havia chances dela sobreviver em maior probabilidade do que morrer.


Para a igreja, o aborto seria matar as duas vidas em geração, mas existentes e, o não-aborto, tentar salvar três.

Claro, o catolicismo tinha outros argumentos mais metafísicos, de sua ortodoxia, e foram também invocados, mas que não afligiram o pensamento em oposição.

Para os opositores da Igreja Católica, agrupados nos cientistas e juristas com o apoio de formadores de opinião e vozes da população, a posição das autoridades eclesiásticas lhes pareceram tão deslocadas da idéia de bem e justiça pessoal, e individual, que não se acautelaram de “bater de frente” com aqueles, uma estratégia bem diferente da adotada nesses nossos dias de “Brasil da teologia da libertação”, quando marxismo flerta com cristianismo, buscando seduzi-lo às idéias de revolução, mais "pragmáticas" que o salvacionismo, e, Ser e não-Ser se tornam uma hipótese única.

Talvez a polêmica não tivesse tomado o contorno emocional que fez desfilar opiniões “abalizadas” se a palavra ex-comunhão não tivesse sido trazida à baila.

Ex-comugado, seja lá o que significa isso, é uma palavra medonha, que arrepia até cabelo do nariz.

Ao asseverar que uma ex-comunhão alcançaria a todos os que direta e indiretamente participaram do aborto produzido na menina, com exceção dela, a autoridade católica provocou uma reação coletiva contrária até na massa católica, o que fez parecer um reconhecimento das contradições existentes entre a amorosa, simples e profunda doutrina moral do Cristo, e a complexidade de fundamentos dogmáticos que sustentam o catolicismo e as atitudes confessionais do protestantismo.

Assim, parece que o paroxismo do caso foi produzido por uma semântica, e não por considerações sobre o infortúnio da menina a partir de diferentes considerações sobre seu destino.

E é exatamente este o ponto que quero exibir, declarando que uma questão presente todo tempo nas discussões, foi escamoteada, intencionalmente ou não.

Estou falando das ideologias que defendem o aborto no país e no mundo.

Os grupos pró-aborto de plantão encontraram na pobre menina pernambucana, um modelo emblemático e palatável para difusão de suas idéias abortivas supra-condicionais.

Esses grupos, como sabemos, são formados por pensadores materialistas que advogam que a vida gerada no seio materno é propriedade da gestante; só à gestante cabe decidir sobre o futuro do ser em gestação, caso tenha plenas condições emocionais de fazê-lo, ou, como em casos semelhantes ao da menina, a justiça e a família.

Tal posição tem sido rebatida não apenas pela igreja, mas por um sem número de pessoas que defendem o entendimento de que a vida começa no ato gerador.

Para esses, um zigoto, um óvulo fecundado sobre o qual se saiba de tal condição já é detentor do direito à vida, posto que é uma criança em potência, numa consideração aristotélica.

Realmente, que critério haverá para o aborto, levando-se em consideração, também, o ser gerado?

Em que mês de gestação, por exemplo, terá direito uma gestante de interromper sua gravidez?

Podemos dizer um embrião como “não humano” até determinado ponto de gestação, ou ele é humano em qualquer momento dela?
Qual seria esse ponto?

Seria absolutamente insensível à dor, num ataque contra sua existência?

Em que condições?

Quando não seria submetido a nenhum tipo de sofrimento?

Seria a forma, mais ou menos definida do embrião, um critério para sua classificação na categoria “pertencente à humanidade”?

Pode uma vida pertencente à categoria “humanidade”, sofrer ocisão sem qualquer direito à defesa, apenas porque não alcançou o status de “saído de dentro de quem lhe gera”?

E a vida, o que é?

É só um conjunto de intercâmbios elétricos e nervosos numa massa orgânica vivente, fadado à inorganicidade por entropia e destinado ao nada?

E se não for assim?

E se houver existência metafísica?

E se houver propósitos para a vida?

E se cada ser carregar consigo, desde a concepção, ou até antes dela, um valor absoluto que não pertence à vontade de outrem?

É verdade que se estes argumentos estiveram presentes no discurso da igreja em qualquer momento, se pertencem ao conjunto de suas considerações e explicitadas ou não integram seu conjunto de juízos sobre o assunto, não me recordo de tê-los ouvido.


O que prevaleceu, por tese, foram os pontos de dogma da igreja católica, repudiados na hipertensividade da palavra ex-comunhão, expressão que só angariou antipatias e foi exposta ao descrédito.

Os defensores pró-aborto contabilizaram pontos na contenda, porque, muitos, inclusive eu que sou contra o aborto, se posicionaram em favor da decisão da família com fundamento na defesa da menina; do seu direito a uma infância tão semelhante àquela que atalhou Jesus sobre as criancinhas.

Os defensores pró-aborto como direito da mulher ao corpo, integram, em regra, e é bom que se diga, o mesmo grupo que investe todo o tempo contra ações policiais que culminam com morte de criminosos agressores.

São aqueles que por "sentimento humanitário" argumentam por vítima, o criminoso cruel, que, de arma em punho, investe contra o policial e contra o transeunte para despertar a opinião pública contra o Estado, incitando, sem cerimônia, os integrantes de sua facção a atirar em morador porque “tiro em morador é bala perdida”.

Para eles, os facínoras que desprezam a lei, a ordem e a idéia de bem universalmente aceita, dê-se a inversão do status, com a alegação de que suas situações sociais são definidoras de seus desajustes.

Outrossim, para os seres inocentes nas barrigas que lhes deviam dar a vida, nenhuma apelação ou direito à fuga, mas a execução chancelada como direito e fundamento humanista.

Tento não teologizar meu discurso, mas quero dizer aqui da minha convicção de que a Providência Divina dará à infortunada menina oportunidades muitas de felicidade.

E dará a cada um que buscou uma solução para seu drama, mesmo o aborto, uma consciência tranqüila, se o fundamento de suas participações não desprezou o direito de cada ser em questão, tendo suas decisões seguido um critério de escolha razoável, fundamentada na singularidade da vida.

O aborto é um crime violento contra a criatura infensa, mas a miséria humana consegue sempre encobrir com pó de argumentos sedutores, as sementes de dor que um dia romperão.

É o hedonismo dissimulando egoísmo; é a irresponsabilidade se passando por liberdade.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

...também vai pegar você!

- Eu não assisti o Tropa 2.

Não sei quantas vezes já respondi a esta pergunta.

Durante a coletiva com a imprensa na Secretaria de Segurança, no dia 14, logo após a entrada do BOPE no Morro dos Macacos, um dos jornalistas instou-nos sobre isso.

Havia duas dezenas de profissionais da mídia no auditório, com suas câmeras, gravadores e blocos de anotação.

Foi possível ler na expressão de seus rostos certa frustração, quando eu o Dr. Beltrame respondemos negativamente ao entrevistador que, muito provavelmente, aguardava ansioso uma chance para a digressão do tema que pautava a coletiva:

- Eu não assisti, ou, ainda não assisti – respondi algo assim.

Eu tenho alguns motivos para não ter visto o filme que ainda vou ver, e o primeiro tem a ver com as minhas intuições sem nenhuma configuração filosófica ou científica.

Tem a ver com as minhas secretas intuições, expressão que colhi do imenso repositório pedagógico de um renomado professor francês do século XIX, discípulo de Pestalozzi, para explicar o inexplicável sob certa consideração da razão.

Tropa 2 foi rodado com a insubstituível colaboração da PM.

Lembro-me do dia que recebi o cineasta José Padilha no meu gabinete.

“Zé”, como não se incomoda de ser chamado na informalidade, procurou-me para dizer de sua necessidade de ajuda para o Tropa 2.

Queria dar à sua obra um sentido que fosse por todo tempo identificado na realidade, e isto incluía evitar ao máximo os simulacros estéticos dos cenários físicos, utilizando-se de lugares reais para as tomadas: quartel do BOPE, stands de tiro, viaturas blindadas e o Quartel General.

Foi uma tarde agradável. Conversamos principalmente sobre a polarização que o Tropa 1 havia causado nos discursos intelectualizados da esquerda e da direita, pouco ininteligíveis ao expectador menos aparelhado à compreensão do ideológico, ainda que não construído com tal fim.

Desde o primeiro momento de nossa conversa, eu acenei para Zé Padilha que poderia ajudá-lo, sim, desde que eu soubesse exatamente o rumo que pretendia imprimir à sua obra.

Eu sabia de antemão que Zé Padilha não iria fazer um reclame, um comercial que conduzisse o público à falsa impressão de uma Polícia Militar idealizada como expressão de excelência de Corporação.

Zé não faria panfletagem da PM, seria ridículo; a PM está longe da perfeição e ninguém em sã consciência, mesmo sendo seu integrante, pode pretender coisa assim.

Ainda que lutando todo o tempo para tornar-se melhor, sua caminhada segue aos tropeços, caindo e levantando muitas e incansáveis vezes para vencer os desafios da cultura interna que naturaliza estruturas de poder, ao mesmo tempo em que luta para consolidar os valores validados como regra de conduta do espírito, que devem animar o corpo institucional com sua ética, sua moral e seu ethos.

Zé Padilha me assegurou que seria um filme muito bom, que eu me aquietasse.

Capitão Nascimento já seria coronel e teria um filho “maconheiro”.

Os mesmos corruptos do filme anterior estariam presentes, com uma participação mais refinada na “sacanagem”, agora envolvendo políticos com jornada nas milícias.

Aquele foi o primeiro contato que tivemos e que seria sucedido de mais dois ou três, sempre em espaços da PM.

Algo que Zé Padilha deixara claro já na primeira conversa, é que não pretendia produzir algo que conduzisse o público a conclusões falseadas sobre o que ele mesmo pensava da Polícia Militar.

Uma obra de ficção que aborda fatos reais, tal como Guerra ao Terror, tal como Dia de Treinamento, tal como Full Metal Jacket têm o poder de conduzir os espectadores a conclusões supra-reais com reflexos para as relações futuras destes com as entidades representadas.

Filmes precisam romancear os personagens. Os heróis devem ser atormentados; é preciso passar a idéia de que eles estão sozinhos e jamais permitir conclusões como, por exemplo,de que no Rio de Janeiro dos "dias atuais" há gente tentando mudar; que há novos ventos soprando.

Zé Padilha me assegurou que não intentava fazer juízo depreciativo sobre nosso pessoal, ou algo que pudesse transparecer que a instituição fosse constituída de uma maioria de corruptos e criminosos.

Ele disse mais; disse que sabia que tratava com pessoas sérias, e que por isso qualquer coisa que pudesse ser repassada como contrapartida pela utilização de recursos da PM, não violaria a linha que circunscreve a dimensão que havíamos adotado como solo sagrado de nossas obrigações éticas.

Combinamos, então, que ele faria uma visita à Diretoria de Assistência Social da PM (DAS), onde provavelmente, teríamos a melhor chance de encontrar destino justo e adequado para a contrapartida sugerida por ele mesmo.

Muitos de nós consideramos a DAS uma espécie de campo de redenção, onde podemos pelo trabalho resgatar tempo precioso de nossas vidas, gasto com reclamações desproporcionais à dimensão dos problemas aventados.

São tantos os necessitados de ajuda, e em graus tão paroxísticos em suas demandas, que somente uma compreensão excedível da simples missão profissional pode proporcionar o funcionamento daquelas engrenagens, promotoras de algum conforto e assistência.

Só mesmo pelo exercício constante das faculdades positivas da alma, se torna possível o atendimento das exigências ininterruptas de policiais que padecem de males físicos, psicológicos, materiais, tendo em vista os escassos recursos que a instituição pode destinar à faina oculta aos olhos da sociedade.

Assim, vislumbramos a oportunidade benfazeja para o recém-criado projeto Renascer, Servir e Proteger, destinado à re-incluir socialmente pelo esporte, Policiais Militares com necessidades especiais, na sua maioria cadeirantes vítimas de confrontos armados.

Inferimos que o grupo poderia receber algum tipo de benefício legal e legítimo, à escolha de Zé Padilha, que englobaria o engajamento de patrocinadores com sua orientação ou, até, numa hipótese mais solidária e desprendida, sua participação (do filme) na construção de uma piscina para a equipe de natação que os cadeirantes estavam iniciando com tantas expectativas positivas, rompendo um círculo de insulamento em parte voluntário, em parte compelido pelas circunstâncias.

Zé Padilha foi à DAS; estava acompanhado do “Capitão Nascimento”.

Eu cito Wagner Moura desta forma porque fica difícil pensá-lo interpretando uma personagem criada para si mesmo, naquelas circunstâncias.

Eu não quero pensar que ele foi exibir-se um Wagner que não é. Um Wagner capaz de simular se interessar pela dor intraduzível à linguagem cênica, paradoxalmente não registrada naqueles olhares cheios de júbilo dos cadeirantes, funcionários e familiares, emocionados com sua presença.

Naquela tarde não registrada pelas lentes sempre atentas da imprensa ansiosa por notícias do filme, Zé Padilha encheu a todos de esperança, por verem-no uma espécie de “deus” re-criador de sonhos, enquanto Nascimento os permitia pensarem-se verdadeiramente uma Tropa de Elite.

Zé Padilha acenou positivo para muitas coisas. Daria uma justa e sincera contrapartida para o definitivo retorno à vida daqueles que derramaram sangue honrado nas lutas que ele levaria para a tela.

Eu, e cada um dos que participamos daquele encontro, guardamos a boa impressão das falas e dos gestos convincentes dos nossos visitantes. E olhem que isso já tem um bom tempo!

Sempre soubemos que no futuro haveria performances, que haveria luzes, câmera e multidões, sempre soubemos que o filme exigir-lhes-ia representar e simular, mas por um bom tempo mantivemos a sensação de que estivéramos frente a frente com o avesso da face pretendida no simulacro da arte.

Eu ainda não assisti Tropa 2, mas não porque receio encontrar na mimese brilhante, a verdade, e sim porque desconfio que possa encontrar o falseado no engodo usado para a sedução perversa, e gostaria de estar melhor preparado para isso.

Já me disseram que Nascimento propõe o fim da PM, numa sessão da Assembléia Legislativa em dado momento do filme.

Faço um apelo ao Capitão Nascimento: que ele diga ao Zé Padilha e ao Wagner Moura para correrem até a DAS antes que isso aconteça, pois lá eles esqueceram pelo menos um capítulo da obra de suas vidas que seria conveniente resgatarem.

Vai que alguém pense que é coisa de pouco valor.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ao Sargento Máximus

Prezado Sargento Máximus, articulista do blog Praças da PMERJ

Em razão do número de caracteres desta postagem ser superior ao permitido para inseri-la como comentário de blog, deixo de fazê-lo na postagem intitulada “Minha Opinião”, de vossa autoria, e faço-a aqui, esperando que possa chegar ao seu conhecimento.

Li com atenção tudo que escreveu.

Um denso e percuciente artigo que suscita pontos muito relevantes do nosso trabalho, de nossa Corporação.

Mesmo carregado na subjetividade das interpretações do objeto que se quer exibir, merece atenção geral pela atratividade da elegância que valida a crítica.

Eu defendo que os Praças da PMERJ devam se expressar assim.

Na formatura do CAS especialista na semana passada, falei exatamente sobre isto: a importância da “graduação sargento” para as Corporações militares, que não pode, em nenhuma hipótese, ser desprezada na nossa instituição.

Como disse no meu discurso, “Sargentos devem possuir aquela característica que, para Aristóteles, era mesmo a maior marca de virtude do ser humano: o equilíbrio das coisas, “in medio virtus”, ou, longe dos extremos”.

Até porque, virtuosidade excessiva pode camuflar patologias.

Trazendo este conceito para nossa profissão, o sargento é aquele que deve possuir ótima condição de saberes conceituais, e igualmente ótima condição quanto à realização prática desses saberes.

Ele deve, pois, saber fazer, refletir sobre a validade das práticas, saber ensinar e saber conduzir agrupamentos (efetivos, na nossa linguagem) cujos esforços (sua força de trabalho, numa acepção marxista) foram postos à disposição de sua liderança.

Eu sinto dizer-lhe isto, mas o sistema criado no passado para a carreira dos nossos graduados acabou trazendo sérios prejuízos à situação dos sargentos.

Não vou entrar em considerações de mérito sobre as intenções dos idealizadores; não pretendo ferir suscetibilidades de quem criou esse critério de ingresso na carreira reservada aos técnicos, (os sargentos), sem a devida imersão no universo de preparação intelectual-profissional: o CFS.

Seja como for, não deu certo. Os graduados, como observamos ao longo do tempo, (com as exceções, por certo), deixaram de enxergar a importância de suas posições na profissão, ao ponto de tornar-se muito comum o tratamento excessivamente informal entre soldados e sargentos, cabos e sargentos, mesmo quando não apenas as diferentes posições hierárquicas, mas a própria idade, denunciada nas rugas da face e no grisalho dos cabelos, simbolizam as experiências acumuladas, suficientes para dizer quem ocupa qual lugar.

E isso deve valer para os jovens oficiais que se iniciam na carreira.

Não podem se esquecer que são superiores hierárquicos e não senhores de engenho.

Liderar, ordenar, não significa desprezar, olvidar.

Não me furto jamais de dizer o quanto aprendi com velhos sargentos no meu inicio de Carreira, no 12º BPM, e posso aqui citar alguns: Sargento Ribeiro, Subtenente Brito, Sargento Paulo Alves e outro montão deles.

Eu os liderava, mas aprendia com eles, com suas experiências.

Sempre me chamaram de senhor, com educação, respeito.

De sua parte lideravam seus subordinados, que nunca deixaram de chamar-lhes senhor, igualmente.

Eu os via grandes no seu conhecimento prático, na sua lealdade, na sua coragem.

Alguns deles, vez por outra aparecem no QG para falar comigo.

Beiram os setenta anos.

Essas coisas, estou colocando aqui para reafirmar o que já disse numa postagem anterior.

Acho ótimo um espaço destinado aos Praças da PMERJ, mas volto a colocar em consideração o destaque que devem ter os Sargentos, nas suas diferentes graduações, nesse contexto.

Se vão escrever, escrevam bem!

A sociedade lê o blog.

Estudiosos lêem o blog.

A mídia lê o blog.

Agora mesmo estamos envidando estudos para estender o acesso dos graduados ao QOA.

Nossa pretensão é permitir que terceiros e segundos sargentos que possuam curso superior, possam se candidatar ao QOA, concorrendo com primeiros sargentos e subtenentes, para os quais se exigirá, a princípio, apenas o CAS.

Estou selecionando Praças para trabalharem na minha assessoria jurídica, como assessores.

Também selecionamos, e já colocamos em prática, a utilização de Praças como mestres de cerimônia, nos eventos da Corporação, um paradigma quebrado para sempre.

Eles estão indo muito bem!

É verdade que fizemos uma limitação de idade para acesso à Academia e vou posteriormente escrever sobre isto. Este texto ficaria excessivamente longo se o fizesse agora.

Fico por aqui com as desculpas pela ausência longa, que, já adianto vai se repetir por motivos que não preciso explicar.

Repito que não sou vítima de nada, sou Comandante, mas é confortante ver a cada dia, o tempo passar.


Um abraço do seu CG.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sem lenço, sem documento.

Eu sou fã de Caetano Veloso, e espero que ele me perdoe se algum dia descobrir que eu o citei no meu blog, num texto tão sem importância.

Mas, eu fiquei um bom tempo sem escrever em minha página e hoje me ocorreu Caetano; sua genialidade, seu bom humor, seu senso de julgamento, sua axiologia.

Estou com minha agenda em colapso, e só uma sintaxe caetânica como esta para me conduzir ao teclado do computador.

A história é meio às avessas, vejam só:

O ex-governador Anthony Garotinho volta e meia faz citações à minha pessoa em seu blog.

Os amigos vivem me perguntando se não irei responder; afinal, Garotinho fica me espetando, fazendo-me críticas e lançando-me imprecações dissimuladas, que, se não elegantes, pelo menos não são criminosas.

Eu respondo aos meus amigos que não dou importância ao que o ex-governador diz.

Na verdade nunca levei a sério muitas de suas atitudes, como aquela que empreendeu para protestar uma questão política, que já não me recordo bem, mas que o levou a uma greve de fome em que saiu mais corado do que quando iniciou.

É fato que no passado as coisas não eram assim.

Durante o mandato da governadora Rosinha, quando o ex-governador era Secretário de Segurança, muitas vezes me elogiou pessoalmente, o que nunca me convenceu, porque uma secreta desconfiança me alertava para a falta de sinceridade de seus elogios.

E então me dei conta que estou caetaneando o ex-governador.

Eu estou me comportando em relação a ele como Caetano faz com certos críticos e certas críticas.

É assim: estou expondo um sorriso discreto e uma resposta tipo, “Leva a sério o ex-governador não! É brincadeira dele!, quando meus amigos me cobram uma atitude, uma réplica.

Não tenho a dimensão histórica nem a importância política do Caetano.

Mas, Garotinho não é tão bom quanto os críticos de Caetano; quero dizer, não é tão bom crítico, ou não!?

Eu e o ex-governador estamos um para o outro como Caetano está para seus detratores.

Mas, somos menos que aqueles outros.

Caetano não liga muito, porque desconfia de suas sinceridades; eu não ligo para o ex-governador porque acho que é brincadeira o que ele diz.

Alguém poderia dizer que estou esnobando Garotinho, mas não estou.

É que, vocês sabem, este ano tem eleição e estou calejado para não saber que hoje Garotinho irá falar mal de mim, porque convém, e amanhã falará bem, se convir também, e falará mal e bem, tudo ao mesmo tempo e na mesma hora, num vai-e-vem, se for para seu bem.

Não quero brigar com o ex-governador Garotinho e nem quero que ele me queira mal, mas gostaria que ele soubesse que não quero ser inserido nesse vale-tudo, onde vale até esquecer o que aconteceu com alguns próceres de seu staff da Segurança Pública num passado recente, fazer cara de paisagem, e sair atirando geral para poder aparecer.

Se o ex-governador quer mesmo investir na pauta “segurança” como sua plataforma de pré-campanha, e para isso vai-me transformar alvo de sua artilharia retórica, não posso deixar de lembrá-lo dessas pequenas coisas. Tão pequenas que não engordam e nem matam, mas também não emagrecem, ou fazem definhar, como seria comum às greves de fome.

Quantos aos amigos, alguns argumentam que me tornei mais importante por receber críticas do ex-governador, e outros me asseguram que passei à condição menos importante justamente pelo mesmo motivo, mas ambos concordam que ele está mais preocupado comigo do que eu com ele.

De minha parte posso garantir que não vou praguejar contra nosso ex-governador, e nem atacá-lo no meu blog, como faz comigo no seu, mas vou deixar claro que me conforta muito saber que é ele o meu crítico da hora.

E me conforta mais ainda saber que tenho (aliás, temos) a chance de tê-lo assim, para sempre.